
A Justiça concedeu liberdade ao delegado da Polícia Civil do Amazonas, Adriano Félix Claudino da Silva, e à vereadora Adriana Souza dos Santos, que também atua como escrivã da Polícia Civil de Roraima.
Ambos foram presos na Operação Jeremias 22:17, da Polícia Federal (PF), e são investigados por suspeita de envolvimento no sequestro e tortura de um homem em Caracaraí, no Sul de Roraima.
A decisão que revogou a prisão foi assinada na última sexta-feira (23) pela juíza Noêmia Cardoso Leite de Sousa, da Vara Criminal de Caracaraí.
Prisão de outros investigados foi mantida
Na mesma decisão, a magistrada manteve as prisões preventivas dos policiais civis do Amazonas Álvaro Tiburcio Steinheuser e Edmilton Freire dos Santos, além do policial militar de Roraima Jan Elber Dantas Ferreira e do empresário Lidivan dos Santos Reis.
Todos foram alvos da mesma operação, que apura crimes relacionados ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.
A reportagem tenta localizar a defesa dos investigados que permanecem presos.
Sequestro ocorreu em fevereiro de 2023
De acordo com a PF, o crime ocorreu em fevereiro de 2023, no município de Caracaraí. As investigações apontam que o grupo criminoso teria sequestrado e torturado um homem com o objetivo de obter informações sobre o paradeiro de uma carga de cassiterita extraída ilegalmente da Terra Indígena Yanomami.
Segundo as apurações, os policiais do Amazonas teriam contado com apoio de agentes de segurança de Roraima para executar a ação criminosa.
O grupo, conforme a PF, atuava na escolta clandestina de cargas de minério e prestação de serviços de segurança privada, além de investigações paralelas às funções oficiais.
Empresário apresentou provas
Em outra decisão, o empresário do ramo artístico-musical Matheus Possebon, também investigado, teve o mandado de prisão revogado após apresentar documentos e vídeos que comprovaram que ele não estava em Roraima no dia do crime.
“Verifico que a defesa técnica do investigado apresentou documentos e vídeos, com autenticidade atestada por ata notarial, que indicam que, na data dos fatos (08/02/2023), o investigado estaria nas cidades de Xangri-Lá (RS) e Porto Alegre (RS), distante do local dos fatos”, destacou a juíza na decisão.
Em nota, o advogado Fábio Tofic Simantob, que representa Possebon, afirmou que a “revogação da prisão representa um passo importante na busca por Justiça e na garantia dos direitos de todos os envolvidos”.
Apesar disso, o empresário segue investigado pela PF em outro inquérito que apura lavagem de dinheiro ligada ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.
Delegado e vereadora devem cumprir medidas cautelares
Embora tenham sido soltos em Roraima, o delegado Adriano Félix e a vereadora Adriana Souza devem cumprir medidas cautelares.
A juíza determinou a suspensão do exercício das funções públicas que atualmente ocupam, Adriano como delegado da Polícia Civil do Amazonas, e Adriana como escrivã da Polícia Civil de Roraima.
Além disso, eles devem comparecer periodicamente à Justiça, estão proibidos de manter contato ou se aproximar das partes, testemunhas e demais envolvidos no processo.
As investigações prosseguem para esclarecer completamente a atuação do grupo suspeito de crimes relacionados à exploração ilegal de minérios na região da Terra Yanomami.
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