
Documentos e depoimentos indicam que o grupo manipulou concursos para criar uma rede de favorecimento envolvendo familiares e associados da empresa. Empresa fraudava documentos para favorecer familiares dos donos e associados
Polícia Civil
Um grupo suspeito de fraudar concursos públicos é alvo da Operação Ludificatum, deflagrada nesta terça-feira (27) pela Polícia Civil. Ao todo, 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná.
As investigações apontam que duas empresas da mesma família eram as responsáveis pela organização de concursos públicos em vários municípios do país, com irregularidades que comprometem a transparência dos processos. O nome das empresas não foi divulgado.
De acordo com a Polícia Civil, os endereços físicos cadastrados dessas empresas abrigam outras companhias.
Documentos e depoimentos indicam que o grupo manipulou vários concursos para criar uma rede de favorecimento envolvendo familiares e associados da empresa. Além disso, muitas questões das provas eram iguais entre as duas empresas, sugerindo compartilhamento de banco de dados.
Segundo o delegado de Ribeirão Cascalheira, Diogo Jobane Neto, a falta de segurança e as falhas na contratação e realização dos concursos aumentaram a necessidade de investigações.
“A falta de uma banca examinadora legítima, ausência de endereço físico, associadas a uma série de outras falhas e irregularidades, como ausência de registros de empregados, levantou dúvidas sobre a idoneidade da empresa”, disse o delegado.
Investigações
Polícia Civil cumpriu mandados em MT, GO e SP
Polícia Civil
A investigação começou depois de uma denúncia da Unidade de Controle Interno de Ribeirão Cascalheira (MT), que apontou irregularidades no concurso nº 01/2024 da prefeitura local.
Entre os problemas estão suspeitas no processo licitatório, prazo curto para o concurso, contratação sem licitação e favorecimento a candidatos ligados ao poder público municipal.
Outros casos investigados incluem um boletim de ocorrência de 2020 em Caiapônia (GO), onde uma empresa teria tentado coagir concorrentes oferecendo dinheiro para desistirem da licitação, e um registro de 2021 em Gaúcha do Norte, a 570 km de Cuiabá, com confusão na aplicação do concurso para auditor interno, gerando dúvidas sobre sua validade.
Em Jaciara, a 144 km de Cuiabá, a suspeita envolve direcionamento do processo licitatório para contratar uma das empresas da família.