Cofundador da OceanGate quer enviar humanos para Vênus

Guillermo Söhnlein, o cofundador da OceanGate, está de volta com outra ideia ousada: enviar humanos para viver em Vênus. Sim, o mesmo cara que fundou a empresa por trás do submarino malfadado Titan acredita que podemos habitar Vênus com segurança. Especialistas podem chamar isso de missão suicida, mas Söhnlein está totalmente confiante.

Em seu blog, Söhnlein afirma que com a tecnologia certa – como aparelhos respiratórios e materiais resistentes a ácidos – poderíamos fazer de Vênus nosso próximo lar. “Poderíamos embarcar em nossa jornada venusiana HOJE… e fazê-lo de forma segura e econômica”, escreveu ele. Parece simples, certo?

Agora, vamos falar de números. A temperatura da superfície de Vênus é um escaldante 462 graus Celsius, mais quente do que um forno de pizza comum. Mas Söhnlein diz que isso não é um problema. O plano? Construir casas e edifícios a 50 quilômetros acima da superfície. A essa altitude, as condições são supostamente semelhantes às da Terra. “Vênus está muito mais perto da Terra e tem uma órbita muito mais semelhante, o que a torna muito mais acessível do que Marte”, ele aponta. Menor custo, voos mais frequentes e viagens mais curtas – Söhnlein faz parecer uma escapadinha de fim de semana.

A NASA não enviou humanos além da Lua, mas Söhnlein acha que eles deveriam mirar em Vênus antes de Marte. “Não precisamos nos preocupar com a realização de pousos bem-sucedidos na superfície do planeta”, ele argumenta, sugerindo que é menos complicado em comparação com Marte. Segundo ele, Vênus poderia ser um campo de treinamento perfeito para futuras colônias em Marte. Ousado? Com certeza. Realista? Talvez nem tanto.

A obsessão de Söhnlein pelo espaço começou cedo. “Acho que fui impulsionado a ajudar a fazer da humanidade uma espécie multiplanetária desde os 11 anos de idade”, disse ele ao Business Insider. Isso é um sonho de infância e tanto. Agora, ele está canalizando essa paixão para a Humans2Venus Foundation, uma organização sem fins lucrativos que ele cofundou em 2020. Esta organização está totalmente dedicada a promover Vênus como um potencial destino de longo prazo para a humanidade.

Ele até lançou uma linha do tempo: até 2050, ele imagina 1.000 pessoas vivendo nas nuvens de Vênus. “É aspiracional, mas acho que também é muito realizável”, diz ele. Confiante, ousado e talvez um pouco fora da realidade, a visão de Söhnlein para o futuro da humanidade é, no mínimo, ambiciosa. Se estaremos flutuando nas nuvens de Vênus em breve, ainda está para ser visto, mas o entusiasmo de Söhnlein é difícil de ignorar.

Outros desafios

Enviar uma missão para Vênus enfrenta vários desafios significativos, começando pela atmosfera extremamente hostil do planeta. A atmosfera de Vênus é composta principalmente de dióxido de carbono, com nuvens espessas de ácido sulfúrico. Esses fatores criam um ambiente corrosivo e tóxico que representa um perigo constante para qualquer equipamento ou astronauta. Para sobreviver, seriam necessários materiais altamente resistentes à corrosão e sistemas avançados de proteção contra gases venenosos.

Outro grande desafio é a pressão atmosférica em Vênus, que é cerca de 92 vezes maior que a da Terra ao nível do mar. Essa pressão esmagadora significaria que qualquer estrutura ou veículo enviado para a superfície teria que ser extraordinariamente robusto para evitar ser destruído. Além disso, operar a essa pressão extrema requer tecnologias que ainda estão em desenvolvimento, adicionando mais complexidade à missão.

Por fim, a temperatura extrema de Vênus, que atinge cerca de 462 graus Celsius, complica ainda mais qualquer tentativa de habitação. Manter equipamentos e habitats funcionando em tais condições requer sistemas de refrigeração avançados e eficientes, que ainda não foram testados em ambientes tão severos. Esse calor extremo também limita as opções de energia, já que muitos sistemas atuais não podem operar de forma confiável a essas temperaturas. Cada um desses desafios precisa ser superado para que uma missão a Vênus possa ter sucesso.

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