Cabo reserva da PM é denunciado por morte de torcedor no Mangueirão

O recente episódio de violência que marcou o clássico entre Clube do Remo e Paysandu, no Estádio Mangueirão em Belém, resultou em uma atuação rápida e firme do Ministério Público do Estado do Pará. O 3º Promotor de Justiça do Tribunal do Júri, Manoel Victor Sereni Murrieta, movimentou-se prontamente para oferecer denúncia contra Cristóvão Augusto Alcântara Evangelista, um cabo da reserva remunerada da Polícia Militar, envolvido no homicídio qualificado do torcedor Paulo Alexandre Silva Dias.

Este fatal incidente ocorreu no dia 7 de abril, logo após a dispersão dos torcedores no estacionamento do estádio, revelando as tensões sombrias que ainda permeiam os encontros futebolísticos no estado. Conforme detalhado na denúncia, a investigação policial esclareceu que uma confrontação entre as torcidas organizadas “Pavilhão 6” e “Maior do Norte” (anteriormente conhecida como Remoçada) evoluiu para um cenário de violência.

No meio deste caos estava o cabo Cristóvão Evangelistar, que alegou não estar diretamente envolvido na disputa, efetuou disparos. Contrariando sua alegação de que havia atirado para o alto, as evidências, incluindo análises de vídeo, depoimentos de testemunhas e perícias balísticas, indicaram que os tiros foram direcionados para as torcidas, culminando na morte de Dias.

O caso não é apenas uma tragédia isolada, mas sim um reflexo das tensões que frequentemente se manifestam em eventos esportivos de grande escala, expondo uma mistura perigosa de paixão e rivalidade que pode descambar para a violência.

A resposta do Ministério Público, ao acusar o cabo da reserva de homicídio qualificado por motivo torpe — um crime que carrega uma severa pena de reclusão de 12 a 30 anos —, é um claro indicativo da seriedade com que as autoridades estão tratando o caso.

A atuação do Ministério Público é crucial não apenas para buscar justiça para a vítima e sua família, mas também para enviar uma mensagem forte contra a impunidade nos estádios. Este caso reitera a necessidade de uma vigilância mais rigorosa e de uma colaboração mais efetiva entre todas as entidades envolvidas — desde a segurança do estádio até a polícia e o próprio Ministério Público — para garantir que os estádios sejam espaços seguros para famílias e verdadeiros fãs do futebol.

A esperança é que este trágico evento sirva como um ponto de inflexão para reavaliar e fortalecer as medidas de segurança em eventos esportivos em Belém e em todo o Brasil. A paixão pelo futebol deve ser uma força para unir as comunidades, não para dividi-las ou colocá-las em perigo. A memória de Paulo Alexandre Silva Dias merece não apenas justiça, mas também ação preventiva para que tragédias semelhantes sejam evitadas no futuro.

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