
A escolha do nome pontifício é um dos momentos mais emblemáticos após a eleição de um novo papa. Embora não seja uma obrigação formal, adotar um nome simbólico é uma tradição milenar na Igreja Católica — e carrega significados profundos, que vão além da formalidade.
Desde os primeiros séculos do cristianismo, a mudança de nome remete a transformações espirituais. O próprio apóstolo Simão, por exemplo, teve seu nome alterado por Jesus para Pedro, considerado o primeiro papa.
Como é feita a escolha do nome do papa?
Durante o conclave — assembleia onde os cardeais elegem o novo pontífice — o escolhido responde a duas perguntas fundamentais antes de vestir pela primeira vez a batina branca: se aceita a eleição como Sumo Pontífice e como deseja ser chamado.
A resposta à segunda pergunta define o nome que será usado durante todo o pontificado. Em seguida, o protodiácono da Igreja, atualmente o cardeal Dominique Mamberti, anuncia o novo papa da sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, com a frase clássica: Habemus Papam! (“Temos um Papa!”).
A tradição, ainda que não obrigatória, representa uma espécie de “segundo nascimento” e carrega ecos políticos, espirituais e históricos. Um papa pode, tecnicamente, manter seu nome de batismo — algo que, no entanto, nunca aconteceu desde o século VI.

Homenagens e afinidades
A escolha costuma ser uma homenagem a santos ou a papas anteriores, refletindo o modelo de liderança que o novo pontífice pretende seguir. Em 2013, o argentino Jorge Mario Bergoglio foi o primeiro a adotar o nome Francisco, inspirado em São Francisco de Assis, símbolo de humildade e defesa dos pobres.
A decisão, segundo Bergoglio, foi influenciada pelo cardeal brasileiro Cláudio Hummes, que o aconselhou a “não se esquecer dos pobres”.
Se, no futuro, outro papa escolher o mesmo nome, Francisco passará a ser chamado de Francisco I e seu sucessor será Francisco II.
Os nomes mais usados pelos papas
Entre os 266 pontífices da história, João é o nome mais recorrente: 21 papas o adotaram. Em seguida, aparecem:
- Gregório: 16 papas
- Bento: 15 vezes (sem contar o antipapa Bento XIII)
- Clemente: 14
- Inocêncio e Leão: 13 cada
- Pio: 12 papas
Em 1978, o italiano Albino Luciani inovou ao adotar o nome João Paulo, em homenagem direta a seus antecessores João XXIII e Paulo VI. Seu sucessor, Karol Wojtyla, deu continuidade à referência ao ser eleito como João Paulo II.
Por que nenhum papa escolhe o nome Pedro?
Curiosamente, nenhum papa voltou a usar o nome Pedro, em respeito à figura do primeiro pontífice da Igreja. Trata-se de um gesto simbólico: o nome é visto como insubstituível e sagrado.
Pedro é considerado o grande apóstolo fundador da Igreja e informalmente alguns vaticanistas lembram que existe uma profecia que diz que o próximo Pedro seria aquele que colocaria fim à Igreja Católica.
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