
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) anunciou, nesta segunda-feira (29), em coluna no portal UOL, que iniciou um processo de fiscalização para investigar o uso de inteligência artificial generativa pelo X (antigo Twitter).
Chamada Grok, a ferramenta foi impulsionada por Elon Musk para competir com o ChatGPT. Ela utiliza dados dos usuários para treinar seu sistema de inteligência artificial generativa, e essa prática teria sido implementada de forma silenciosa.
A comunidade da plataforma, ainda segundo o UOL, foi informada apenas por meio de uma atualização na página de configurações, onde os usuários podem decidir se permitem ou não que seus posts e interações sejam usados.
Entretanto, essa opção é ativada por padrão. Essa abordagem desagrada a ANPD, que também impediu a Meta, dona do WhatsApp, Facebook e Instagram, de utilizar dados do público no início de julho.
O movimento brasileiro segue uma iniciativa similar da União Europeia, que resultou no adiamento do lançamento da IA da Meta tanto na Europa quanto no Brasil.
Ao ter o uso de dados para treinamento da IA barrado pela ANPD, a Meta argumentou contra a decisão, afirmando que “o treinamento de IA não é exclusivo de nossos serviços” e que sua “abordagem cumpre com as leis de privacidade e regulamentações no Brasil”.
Na última sexta-feira (26), a ANPD foi questionada pelo UOL sobre o X, e a resposta foi o informe desta segunda-feira (29), solicitando esclarecimentos ao X. No caso da Meta, a ação foi desencadeada pelo Instituto de Defesa de Consumidores (IDEC), que acionou a ANPD.
Com relação à inteligência artificial de Elon Musk, o IDEC manifestou “indignação ao ver mais uma big tech explorando consumidores para fins de crescimento de seu poder econômico”. Segundo o X, os dados dos usuários serão usados para “treinamento e ajuste fino” da IA.