Trump pode frear o crescimento dos carros elétricos? Especialistas discutem

Os Estados Unidos se preparam para a posse do presidente eleito Donald Trump na próxima segunda-feira (20). E um dos assuntos mais comentados na imprensa americana são as mudanças que o republicano deve impor em relação a algumas políticas adotadas nos últimos 4 anos pelo democrata Joe Biden.

O governo Trump não terá a mesma agenda ambientalista e de sustentabilidade que o antecessor. O foco será em outras áreas. E isso significa menos atenção para os veículos elétricos.

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Durante a campanha, o empresário disse que “pararia os ataques contra os carros movidos a gasolina”. E que ele trataria de forma igualitária tanto os EVs quanto os modelos tradicionais.

Traduzindo? Trump deve revogar quase todos os incentivos que Biden adotou nos últimos anos. Ou seja, não haverá mais créditos fiscais federais para compradores de carros elétricos. Nem subsídios para fabricação de baterias ou carregadores. Nem empréstimos baratos para construir fábricas de EVs.

Diante disso, a questão que fica é a seguinte: depois de as montadoras gastarem bilhões de dólares nessa nova tecnologia, será que o governo Trump pode acabar ou frear o crescimento do mercado de elétricos?

Para especialistas ouvidos pelo jornal The New York Times, a resposta é não.

Os EUA instalaram 12 mil novos pontos de recarga somente em 2024 – Imagem: Sopotnicki/Shutterstock

Uma tendência de mercado

  • A maioria dos executivos do setor automobilístico ouvidos pelo Times acreditam que os carros elétricos acabarão dominando o mercado.
  • Eles só discordam em relação a quando isso acontecerá.
  • Argumentam que os gigantes do setor investiram muito dinheiro na eletrificação e que não vão abandonar os bilhões de dólares gastos.
  • É a lógica de que os governos mudam, mas as empresas continuam.
  • Outro ponto importante é que abandonar os elétricos agora seria deixar o caminho aberto para a China (cujas montadoras já lideram o setor).
  • Da parte dos consumidores, muitos já aderiram aos EVs (mesmo eles sendo mais caros).
  • Eles gostam da aceleração rápida e silenciosa e do fato de que podem carregar seus veículos em casa mesmo – uma forma mais conveniente e barata do que ir a postos de combustíveis.
  • Além disso, os EVs não precisam de troca de óleo e outras manutenções de rotina.
  • Tem gente que diz que, na ponta do lápis, alguns modelos eletrificados já valem mais a pena do que os carros antigos.
É verdade que os modelos elétricos ainda são mais caros que os tradicionais, mas eles carregam também várias outras vantagens sobre os concorrentes – Imagem: jetcityimage/iStock

EVs mais acessíveis

Voltando a falar em valores, muitas montadoras estão trabalhando duro para lançar elétricos mais baratos. E isso se deve às baterias (que são as vilãs do preço). A tecnologia está evoluindo rapidamente e as baterias estão se tornando mais leves e menores, além de menos caras.

Muitos analistas esperam que os EVs custem o mesmo ou menos que os carros com motor de combustão até o final da década.

A General Motors, por exemplo, vende hoje no país um Chevrolet Equinox elétrico por cerca de US$ 35 mil. O plano é reviver o Chevrolet Bolt este ano – e a um preço ainda mais baixo.

A Tesla também tem uma estratégia parecida: disse que começará a vender um EV mais barato até o meio do ano, mas forneceu poucos detalhes. Tesla que, aliás, é de Elon Musk, apoiador de Trump – e que terá, inclusive, um cargo público dado pelo amigo.

Elon Musk olhado para o lado direito e com os braços abertos
O bilionário Elon Musk vai assumir um cargo dentro do novo Departamento de Eficiência Governamental do governo Trump – Imagem: Kathy Hutchins/Shutterstock

É claro que muitos compradores de carros estão relutantes em comprar um elétrico. E é claro que o fim dos subsídios deve levar a uma queda das vendas num primeiro momento.

Apesar disso, os especialistas americanos garantem que a eletrificação já é uma realidade e que veio para ficar. Com ou sem Trump.

As informações são do jornal The New York Times.

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