Enredo e samba: Imperatriz Leopoldinense conta a saga de Oxalá para visitar o reino de Xangô


A escola tem como enredo o itan de Oxalá que conta a humildade do Rei orixá em visitar Xangô no reinado dele. Enredo e samba: Imperatriz conta a saga de Oxalá para visitar o reino de Xangô
A Imperatriz Leopoldinense escolheu falar sobre a sabedoria africana em seu enredo para o carnaval de 2025. Com o título “Ómi Tútu ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”, a escola vai contar sobre o desejo de Oxalá em visitar o reino de Xangô, ambos orixás que são reis dentro da cultura de axé.
No entanto, a peregrinação de Oxalá não foi simples. No caminho, ele se encontra com Exú, que é um outro orixá com função de comunicação e mensageiro.
“Quase 50 anos que a Grande Rio não se debruça sobre a religiosa afro-brasileira, então é uma oportunidade da gente celebrar algo que a gente canta e conta pouco, que a história contou pouco. O grande ensinamento que esse itan deixa é a humildade, a virtude do respeito, mas sobretudo a ideia de que não há senhor, não há soberano que não tenha que se curvar diante de ensinamentos que são sabedorias populares”, explica o carnavalesco Leandro Vieira.
Veja a letra completa
Vai começar o itan de Oxalá
Segue o cortejo funfun pro senhor de Ifón, Babá
Orinxalá, destina seu caminhar
Ao reino do quarto Alafin de Oyó
Alá, majestoso em branco marfim
Consulta o ifá e assim
No odú, o presságio cruel
Negando a palavra do babalaô
Soberano em seu trono, o senhor

Vê o doce se tornar o fel
Ofereça pra Exú… um ebó pra proteger
Penitência de Exú, não se deixa arrefecer
Ele rompe o silêncio com a sua gargalhada
É cancela fechada, é o fardo de dever
Mas o dono do caminho não abranda
Foi vinho de palma, dendê e carvão
Sabão da costa pra lavar demanda
E a montaria te leva à prisão
O povo adoeceu, tristeza perdurou
Nos sete anos de solidão
Justiça maior é de meu pai Xangô
No dendezeiro, a justiça verdadeira
(Meu pai xangô mora no alto da pedreira)
Onde o banho de abô pra purificar
Desata o nó que ninguém pode amarrar
Transborda axé no ibá e na quartinha
Pra firmar tem acaçá, ebô e ladainha
Oní sáà wúre! Awure awure!
Quem governa esse terreiro ostenta seu adê
Ijexá ao pai de todos os oris
Rufam atabaques da Imperatriz
Escolha de samba da Imperatriz
Reprodução/TV Globo

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