EXCLUSIVO – Corrupção e prisões pela PF em Belém movimentou R$ 24 milhões: novos detalhes

O portal Ver-o-Fato trouxe à tona, no dia de ontem, 20, um caso de corrupção e lavagem de dinheiro que movimentou milhões por meio de licitações municipais no Pará. A investigação detalhou o flagrante de Jacob Aarão Serruya Neto, servidor da Câmara dos Deputados e assessor parlamentar do deputado Antônio Doido (MDB), e Wandson de Paula Silva, representante de licitações, suspeitos de operar um esquema criminoso envolvendo recursos federais. No site da Cãmara consta a demissão do assessor no domingo, 19.

Segundo o relatório das prisões, com novos detalhes obtidos com exclusividade, a Polícia Federal recebeu uma denúncia anônima alertando sobre um saque de mais de R$ 1 milhão que seria realizado em 17, sexta-feira, em uma agência do Banco do Brasil na rua Senador Lemos, em Belém. A quantia estava vinculada à empresa A.C. Silva Comércio, que, desde 2020, havia vencido 57 licitações municipais, totalizando R$ 24 milhões em contratos.

De acordo com o relatado pela autoridade policial, Wandson teria recebido uma quantia de dinheiro em uma sala reservada, localizada no interior da agência bancária, acondicionando-o em uma mochila preta identificada na vigilância realizada dentro do banco.Em seguida, após a saída da agência e já na rua, ele encontrou Jacob Serruya Neto e repassado a mochila que continha várias sacolas plásticas com dinheiro em espécie, compostas, principalmente, por notas de 200 reais, que, a olho nu, aparentava ter cerca de R$ 1 milhão.

Os agentes da PF monitoraram toda a movimentação e registraram Wandson retirando o dinheiro e entregando-o a Jacob, que o aguardava em um Toyota Corolla. Durante a abordagem, foram apreendidos, além de R$ 1 milhão, mais R$ 100 mil no porta-luvas do carro de Wandson.

Jacob Serruya, que já atuou no Tribunal de Contas do Estado entre 2007 e 2010, é acusado de intermediar as operações suspeitas. Wandson de Paula, conhecido por representar empresas em licitações de gêneros alimentícios, também está no centro das apurações. A empresa A.C. Silva Comércio, registrada como atacadista de alimentos, acumulava 34 atividades econômicas diferentes e apresentava movimentações financeiras incompatíveis com o perfil do sócio majoritário, Iduval Ramos do Amaral Filho.

Chama a atenção dos investigadores um fato: Iduval Ramos do Amaral Filho tem registro de empregado na na empresa Econômico Comércio de Alimentos Ltda e outubro do ano passado, recebendo como maior remuneração salarial R$ 1,7 mil, o que teria levantado suspeitas pela autoridade policial.

Silêncio em juízo

Tanto Serruya como Wandson de Paula optaram por permanecer em silêncio durante a audiência de custódia realizada pela juíza federal da 1ª Vara, no plantão, Thatiana Cristina Nunes Campelo. Ela confirmou a legalidade das prisões, enfatizando que os fatos apurados “demonstram indícios sólidos de práticas ilícitas, incluindo ocultação de ativos financeiros e corrupção ativa e passiva”, além de indicarem o envolvimento direto de Jacob Aarão Serruya Neto, servidor da Câmara dos Deputados, na execução do esquema.

Apesar disso, a juíza mandou soltar a dupla, concedendo “liberdade provisória mediante medidas cautelares”. Justificou a magistrada que contra ambos “não notícias da existência de registros de antecedentes criminais, bem ainda ter sido demonstrado possuírem residência fixa e ocupação lícita, de modo que entendo haver indicação da substituição da prisão cautelar por outras medidas cautelares diversas. Por fim, anoto que o MPF opinou pela concessão da liberdade”.

O empresário e lobista Alexandre Coelho, sob a lupa de outras investigações, seria um dos envolvidos “por alto”, no esquema. Uma fonte afirmou que há outras “movimentações absurdas de valores”.

O papel do jornalismo independente

Com essa investigação, o portal Ver-o-Fato reafirma seu compromisso com a transparência e o interesse público. Ao revelar os nomes dos envolvidos, a reportagem estimula a reflexão sobre os mecanismos de fiscalização de contratos públicos e reforça a importância do controle social.

Este caso ilustra como o jornalismo investigativo pode desmascarar práticas que comprometem os recursos públicos, afetando diretamente a população. Novos desdobramentos são aguardados para compreender a profundidade do esquema e as conexões entre agentes públicos e privados.

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