Hubble cria mosaico de 2,5 bilhões de pixels da galáxia Andrômeda

Andrômeda, nossa galáxia vizinha mais próxima, é o objeto mais distante visível a olho nu no céu noturno. Essa espiral majestosa, também conhecida como M31, tem sido foco de estudos intensos para compreender melhor o Universo e, por extensão, a própria Via Láctea.

O Telescópio Espacial Hubble, uma colaboração entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA), criou um panorama impressionante de Andrômeda com 2,5 bilhões de pixels. 

Esse mosaico detalhado levou 10 anos e mais de mil órbitas para ser concluído, destacando cerca de 200 milhões de estrelas, todas mais quentes que o Sol. No entanto, essa é apenas uma parte das estrelas de Andrômeda, já que as menores, como anãs vermelhas, permanecem invisíveis.

Vista panorâmica do Hubble da Galáxia Andrômeda. Crédito: NASA, ESA, B. Williams (U. de Washington)

A imagem gigantesca foi resultado dos programas PHAT (sigla em inglês para Tesouro Pancromático de Andrômeda do Hubble) e PHAST (Tesouro Pancromático de Andrômeda do Sul do Hubble). Os dados detalhados revelam a presença de estrelas azuis brilhantes, galáxias de fundo, faixas de poeira e até galáxias satélites.

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Andrômeda é como um “espelho” da Via Láctea

Observar Andrômeda é fundamental porque ela funciona como um “espelho” da Via Láctea. Ambas são galáxias espirais barradas, e estudar a estrutura e a história de M31 ajuda a entender melhor nossa própria galáxia. Por exemplo, ao examinar sua taxa de formação de estrelas, metalicidade (a presença de elementos mais pesados que o hidrogênio e o hélio) e distribuição estelar, cientistas podem traçar paralelos valiosos.

Relatadas em um artigo publicado no periódico científico The Astrophysical Journal, as descobertas mais recentes sugerem que Andrômeda está passando por uma transição. Ela combina características de uma galáxia espiral ativa, que ainda forma estrelas, e de uma galáxia elíptica, dominada por estrelas envelhecidas. O disco sul, em particular, parece ser mais perturbado que o norte, indicando uma história de colisões e fusões galácticas.

Uma dessas fusões pode ter ocorrido há cerca de dois a três bilhões de anos, deixando marcas como a Corrente Gigante do Sul, um fluxo de estrelas que parece ser o remanescente dessa interação. Além disso, a galáxia anã M32, localizada próxima a Andrômeda, pode ser o núcleo remanescente de outra  maior que foi absorvida durante essa fusão.

Embora o Hubble tenha fornecido dados detalhados, o futuro Telescópio Espacial Nancy Grace Roman promete revolucionar o estudo de Andrômeda. Com um campo de visão muito maior e tecnologia avançada, ele poderá capturar informações mais abrangentes sobre estruturas como a Corrente Gigante do Sul, ampliando ainda mais nosso entendimento sobre a história e a evolução da galáxia.

Como vemos, Andrômeda não é apenas uma galáxia vizinha, mas uma janela para o passado, presente e futuro do Universo. 

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