Jovem com TEA que reivindicou mudanças no Enem conquista vaga na UFAC

Davi Pereira, um estudante de 17 anos, foi aprovado no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e iniciará o curso de Letras/Espanhol na Universidade Federal do Acre (UFAC).

O jovem, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), ganhou destaque após reivindicar adaptações no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para pessoas autistas.

Após realizar a prova como treineiro, Davi gravou um vídeo e compartilhou nas redes sociais sua experiência e a necessidade de ajustes para garantir mais acessibilidade.

“Eu vou fazer a diferença, até para a comunidade do TEA. Eu vou ser um excelente profissional, se Deus quiser, futuramente”, disse, em entrevista à Rede Amazônia Acre.

O apelo ganhou repercussão e serviu de inspiração para um projeto de lei da deputada federal acreana Socorro Neri (PP), que propõe a adaptação de exames educacionais e profissionais para candidatos com TEA.

Davi Pereira ao lado da deputada federal Socorro Neri. – Foto: Reprodução/Instagram

A trajetória educacional de Davi contou com o suporte incondicional da mãe, Maria das Graças, que acompanhou de perto cada etapa do aprendizado do filho.

Ela destacou as dificuldades enfrentadas ao longo dos anos para garantir um ambiente escolar inclusivo.

Segundo Maria, o suporte oferecido a crianças autistas muitas vezes diminui com a chegada da adolescência e da fase adulta, tornando essencial o diálogo entre famílias e escolas para manter esse acolhimento.

“Mamãe, eu quero, não estou satisfeito. Eu não gostei de fazer o Enem, eu não entendia as perguntas. Eram textos longos. Eu quero fazer um vídeo. Eu quero reivindicar meus direitos’. Na escola, é tudo adaptado de acordo com a lei. E por que no Enem não é?”, relatou a mãe.

Davi também reconhece a importância desse suporte e ressalta que teve uma experiência positiva durante sua vida escolar.

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Uma publicação compartilhada por Maria Das Graças | Professora do IFAC (@mgalvespereira)

Ele destacou o papel do Instituto Imaculada Conceição, onde concluiu o ensino médio, e afirmou ter encontrado paciência e compreensão por parte da equipe pedagógica.

O vídeo que começou como um desabafo transformou-se em uma causa política e resultou em mudanças concretas.

Em 2024, o jovem conseguiu realizar o exame com adaptações, mas reivindicou mudanças.

Atualmente, 93 alunos com TEA estão matriculados no ensino superior no Acre, sendo 20 deles ingressantes de 2024, beneficiados pelo sistema de cotas.

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