Fundador da DeepSeek é recebido como herói na China

Liang Wenfeng, fundador da IA chinesa DeepSeek e bilionário aos 40 anos, foi calorosamente recebido em sua terra natal, na província de Guangdong, no sul da China, durante as comemorações do Ano Novo Lunar na última semana. Acompanhado por seguranças, o retorno de Wenfeng simboliza não apenas uma visita familiar, mas também o reconhecimento de um filho ilustre que conquistou destaque internacional.

O entusiasmo da comunidade local reflete tanto o sucesso empresarial de Wenfeng, à frente do hedge fund High-Flyer, quanto o impacto da pesquisa recente da DeepSeek. O estudo revelou que é possível desenvolver modelos robustos de inteligência artificial utilizando menos chips da Nvidia e com menor poder de processamento. Essa descoberta é particularmente relevante para a China, que enfrenta restrições no acesso aos chips mais avançados do mercado.

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Wenfeng se destacou nos estudos desde cedo

Moradores da região onde Wenfeng cresceu relatam que ele sempre se destacou nos estudos, com talento excepcional para a matemática, além de ser um ávido leitor de quadrinhos e ter uma paixão por futebol. “Crescemos juntos nesta vila e temos muito orgulho dele”, disse um dos habitantes locais ao Financial Times.

Logo do DeepSeek em um smartphone; ao fundo, parte da bandeira da China desfocada
Relações estreitas entre China e chatbot estão aparecendo cada vez mais (Imagem: Rokas Tenys/Shutterstock)

Apesar da notoriedade crescente, Wenfeng adota uma postura discreta, evitando a exposição pública. Essa escolha pode estar relacionada ao histórico de outros grandes nomes do empresariado chinês, como Jack Ma e Pony Ma, que enfrentaram desafios após atraírem atenção excessiva das autoridades.

Mas já? Rival da China proíbe DeepSeek

A startup chinesa DeepSeek chamou atenção na semana passada com o DeepSeek R1, modelo de inteligência artificial com capacidades similares às IAs de ponta (como o ChatGPT), mas que precisou de muito menos investimento e poder computacional para ser treinada. Rapidamente, países ao redor do mundo começaram a se preocupar com a forma com que a empresa lida com os dados dos usuários.

Tela inicial do DeepSeek em um smartphone
Taiwan proibiu que servidores do setor público e funcionários de infraestrutura usem a tecnologia da DeepSeek. (Imagem: Poetra.RH/Shutterstock)

Taiwan foi um dos locais que resolveu agir. Por lá, o governo proibiu que servidores do setor público e funcionários de infraestrutura usem a tecnologia da DeepSeek.

Taiwan alega que a DeepSeek é chinesa e, por isso, pode colocar em risco a segurança nacional. Na sexta-feira (31), o Ministério de Assuntos Digitais disse que todas as agências governamentais e de infraestrutura crítica não devem usar a tecnologia da startup porque “coloca em risco a segurança da informação nacional”.

“O serviço DeepSeek AI é um produto chinês. Sua operação envolve transmissão transfronteiriça e vazamento de informações, além de outras preocupações com a segurança da informação”, diz o Ministério de Assuntos Digitais de Taiwan.

Para contextualizar, Taiwan é uma ilha que, historicamente, pertence à China, mas luta há anos por uma independência formal. O território acusa o país de usar táticas de “zona cinzenta”. Ou seja, ações que não são atos de guerra, mas pressionam o rival de outras formas, como ataques cibernéticos direcionados.

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