Ator que interpretou Zuckerberg diz que atitudes do CEO são ‘problemáticas’

Problemáticas. Esse foi o termo escolhido por Jesse Eisenberg ao comentar sobre atitudes recentes do CEO da Meta, Mark Zuckerberg, numa entrevista à BBC. Eisenberg interpretou Zuckerberg no filme A Rede Social, dirigido David Fincher e lançado em dezembro de 2010, quando a empresa ainda se chamava Facebook.

Após seu papel no “filme do Facebook”, Eisenberg estrelou em longas que ficaram conhecidos na cultura pop – por exemplo: Truque de Mestre (2013), Batman vs Superman (2016) e Liga da Justiça (2017).

Agora, promove A Verdadeira Dor, filme dirigido, escrito e estrelado por ele. O longa, lançado em 30 de janeiro no cinema, concorre ao Oscar em duas categorias: Melhor Ator Coadjuvante (Kieran Culkin) e Melhor Roteiro Original.

‘Não quero me considerar associado a alguém assim’, diz Jesse Eisenberg sobre Mark Zuckerberg

Apesar de ter interpretado personagens famosos ao longo da sua carreira (Lex Luthor, por exemplo), não é difícil encontrar alguém que lembre de Jesse Eisenberg primeiro como Mark Zuckerberg. Mas, na entrevista, ele disse o seguinte (em tradução livre): “Não tenho acompanhado a trajetória da vida dele [Zuckerberg] parcialmente porque não quero me considerar associado a alguém assim”.

“Não é porque eu interpretei um grande jogador de golfe que as pessoas devem achar que eu sou um grande jogador de golfe”, pondera Eisenberg.

Cena do filme A Rede Social no qual personagens estão em volta de Mark Zuckerberg, interpretado por Jesse Einsenberg, enquanto ele mexe num computador
“Não é porque interpretei um grande jogador de golfe que eu sou um grande jogador de golfe”, disse Jesse Einsenberg, que interpretou Mark Zuckerberg em filme (Imagem: Reprodução/Columbia Pictures)

Ele [Zuckerberg] é esse cara fazendo coisas problemáticas, tirando a checagem dos fatos e preocupações com a segurança, deixando pessoas já ameaçadas no mundo ainda mais ameaçadas.

Jesse Eisenberg, que interpretou Mark Zuckerberg no filme A Rede Social, em entrevista à BBC

O artista continua: “Essas pessoas têm bilhões e bilhões de dólares, mais dinheiro do que qualquer ser humano já acumulou e o que estão fazendo com isso? Ah, eles estão fazendo isso para ganhar o favor de alguém que está pregando ódio.”

  • Contexto: Eisenberg se refere à aproximação e ao alinhamento recente entre Zuckerberg e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – assunto da primeira coluna Fala AI no Olhar Digital News em 2025.)

“É o que eu acho. Mas penso isso não como alguém que interpretou [Zuckerberg] num filme”, disse o artista. “Penso nisso como alguém casado com uma mulher que leciona sobre justiça para pessoas com deficiência em Nova York. E as vidas dos seus alunos vão ficar um pouco mais difíceis este ano.”

Assista abaixo ao corte da entrevista (em inglês) no qual o artista comenta sobre Zuckerberg:

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Checagem de fatos na Meta

Quando Eisenberg disse “tirando a checagem de fatos” ao citar atitudes “problemáticas”, ele se refere ao encerramento do programa de fact-checking por terceiros na Meta, anunciado em 7 de janeiro (relembre nesta matéria do Olhar Digital).

Ao fundo, foto desfocada de Mark Zuckerberg; à frente, logo da Meta em um smartphone
Zuckerberg disse que verificadores de fatos ‘têm sido muito politicamente tendenciosos’ (Imagem: Rokas Tenys/Shutterstock)

A big tech informou, na época, que iria adotar um sistema de “notas da comunidade”, similar ao modelo implementado pelo X (antigo Twitter). Essa mudança, segundo a Meta, visa promover liberdade de expressão e reduzir a censura.

Num vídeo, Zuckerberg diz que verificadores de fatos “têm sido muito politicamente tendenciosos e destruíram mais confiança do que criaram”. O CEO doou US$ 1 milhão para a posse de Trump como presidente dos EUA. E ocupou lugar de honra na ocasião.

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