Por que condenado à morte foi privado da última refeição antes da execução na frente da esposa, que segurou cão para assistir?

Por que condenado à morte foi privado da última refeição antes da execução na frente da esposa, que segurou cachorro para assistir?

Steven Lawayne Nelson, de 37 anos, foi executado por injeção letual no Texas na quarta-feira, 5 de fevereiro, após 13 anos no corredor da morte. Condenado pelo assassinato do pastor Clint Dobson, de 28 anos, durante um roubo frustrado na Igreja Batista NorthPointe em 2011, Nelson sempre afirmou ser inocente. A secretária do pastor, Judy Elliot, sobreviveu ao ataque, mas as cicatrizes do episódio permanecem.

Um detalhe chamou atenção no dia de sua execução: Nelson não pôde escolher sua última refeição, um direito tradicionalmente associado aos condenados à morte nos Estados Unidos. A explicação para isso remonta a uma polêmica ocorrida no Texas em 2011, meses após o crime que levou Nelson à prisão.

Na época, o estado decidiu abolir o direito à última refeição personalizada após o caso de Lawrence Russell Brewer. Condenado por um crime de ódio, Brewer pediu um banquete que incluía okra frita, três pizzas, dois hambúrgueres, um frango frito, meio quilo de carne defumada, um prato de queijo, três refrigerantes e sorvete. Ele sequer tocou na comida. O desperdício revoltou o senador John Whitmire, que pressionou pela mudança na lei. Desde então, o Texas passou a servir o mesmo cardápio padrão a todos os condenados: frango frito, purê de batata, pão e água.

Steven Lawayne Nelson afirmou que era inocente

Steven Lawayne Nelson afirmou que era inocente

Nelson, portanto, não foi exceção. Sua execução, porém, teve outros aspectos incomuns. O processo de aplicação da injeção letal demorou 24 minutos para ser concluído, segundo relatos de Jeff Hood, conselheiro espiritual que acompanhou Nelson na câmara de execução. “Ele lutou até o fim”, afirmou Hood à imprensa. Apesar do tempo prolongado, as últimas palavras de Nelson foram direcionadas à esposa, Helene Noa Dubois, que assistiu à execução ao lado de seu cachorro branco.

“Dê um abraço no Monkey por mim”, disse ele, referindo-se ao animal. Em seguida, declarou: “Sempre vou te amar, não importa… Nosso amor é incontrolável. Estou em paz, pronto para ir para casa. Vamos lá, carcereiro”. Nelson e Helene se casaram em 2024, após se conhecerem em 2020 por um programa de troca de cartas com presidiários.

Do outro lado da história, a família de Clint Dobson emitiu uma declaração após a execução: “Escolhemos focar nas boas memórias que temos de Clint, não em seu assassino. Steven Nelson mudou nossas vidas para sempre, mas nunca ocupou nossos pensamentos”.

Nelson foi executado na frente de sua esposa Helene Noa Dubois e seu cachorro (Instagram/@justice_for_steven_nelson)Nelson's

Nelson foi executado na frente de sua esposa Helene Noa Dubois e seu cachorro (Instagram/@justice_for_steven_nelson)
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O caso de Nelson reacende discussões sobre a justiça penal e os rituais que cercam a pena de morte. A decisão do Texas de padronizar a última refeição, por exemplo, reflete uma tentativa de evitar espetáculos midiáticos ou gestos considerados desrespeitosos. Enquanto alguns argumentam que a medida tira dignidade do condenado, outros veem nela uma forma de equilíbrio diante de crimes graves.

A execução também trouxe à tona debates sobre a eficácia da pena capital. Nelson, que sempre negou envolvimento no assassinato do pastor, teve seus recursos jurídicos esgotados sem que novas provas fossem consideradas. Para defensores de direitos humanos, casos como o seu evidenciam falhas no sistema.

Independentemente das opiniões, o episódio segue como um marco na história recente do Texas — um estado que lidera o ranking de execuções nos EUA. Desde 1976, mais de 500 pessoas foram executadas lá, e cada caso carrega suas próprias complexidades, histórias e debates. Enquanto a última refeição de Nelson se resumiu a um prato simples, seu legado — assim como o de Clint Dobson — permanece entrelaçado em questões que vão muito além de um cardápio.

Esse Por que condenado à morte foi privado da última refeição antes da execução na frente da esposa, que segurou cão para assistir? foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

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