Chuva de aranhas? Fenômeno visto em Minas já aconteceu antes

Imagine uma teia gigantesca com dezenas de aranhas aparentemente “chovendo” na sua cabeça. Pois essa cena foi filmada em São Tomé das Letras, Minas Gerais, em dezembro do ano passado e viralizou recentemente nas redes sociais.

A “chuva de aranhas” é, na verdade, um comportamento comum da espécie Parawixia bistriata, como explicou o coordenador da Divisão de Artrópodes do Instituto Vital Brazil, Cláudio Maurício Vieira, em um vídeo publicado em uma rede social.

“Algumas espécies de aranhas constroem essas teias gigantes, que podem ser usadas de forma coletiva ao longo do ano ou em períodos específicos. Esse comportamento é uma estratégia para capturar grandes quantidades de alimento ou facilitar a reprodução.”

Espécie vive no Cerrado e é considerada inofensiva (Imagem: Leonardo Marques Alves/Shutterstock)

Também conhecidas como Aranha-do-cerrado, essa espécie pode ser encontrada onde o clima é relativamente quente e úmido, incluindo a Amazônia, Nordeste e Sudeste do Brasil, além de regiões na Argentina.

O período reprodutivo ocorre entre setembro e março, época em que as aranhas — consideradas semi-sociais — se agrupam nas teias coletivas. O horário mais comum para tecer é por volta das 18h.

“Durante o dia, elas formam uma bolinha de aranhas. À noite, saem e fazem essa teia, fica aquele tanto de aranha no céu, parecendo uma “chuva de aranha. Ela não tem veneno potente”, afirmou o professor Rodrigo Lopes Ferreira, titular do Departamento de Ecologia e Conservação da Universidade Federal de Lavras à EPTV, afiliada à TV Globo.

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Moradora de MG captou cena ao voltar para casa (Imagem: Reprodução)

E quem teve o olhar atento?

A cena foi captada por Bruna Naomi Faquinelli, de 26 anos, no dia 27 de dezembro, ao retornar do supermercado, segundo o G1. O vídeo foi gravado próximo ao Instituto Origem, um espaço de educação ambiental, onde ela mora com Bruna Reis de Carvalho, de 38 anos.

“Todo ano nessa mesma época elas aparecem, e pra gente é sempre uma alegria vê-las. O que nos impressionou mais nesse ano foi o tamanho e a distância que elas lançaram suas teias de uma árvore pra outra. É muito distante e ficamos “encucadas” como elas conseguem fazer isso”, contou Bruna de Carvalho ao site.

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