Se aumento for para todos os países, aço vai ficar mais caro nos Estados Unidos e Trump pode recuar


Donald Trump durante coletiva de imprensa na Casa Branca, em 7 de fevereiro de 2025
REUTERS/Kent Nishimura
Se a tarifa de importação de 25% sobre o aço valer para todos os países, o produto vai ficar mais caro nos Estados Unidos e o presidente Donald Trump pode ser obrigado a recuar e abrir negociações com o Brasil.
Seria o mesmo roteiro do que ele fez em seu mandato anterior, quando aumentou a tarifa de importação sobre o aço e acabou recuando, negociando cotas de importação do produto brasileiro.
Trump diz que vai impor tarifa de 25% sobre importação de aço e alumínio
Enquanto isso, o Brasil vai analisar fazer como a China, recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio) pedindo a reversão da medida ou autorização para adotar medidas retaliatórias.
O problema, neste momento, é que a OMC passa por um processo de esvaziamento, com seus órgãos de julgamento de litígios sem pessoal qualificado para analisar esses recursos.
O Brasil ainda vai aguardar o anúncio oficial da medida. Trump costuma divulgar ações, mas quando elas são implementadas concretamente nem sempre correspondem ao que o presidente dos Estados Unidos ameaçou inicialmente.
E, até agora, ele já fez recuos, como os casos do México e Canadá, quando aumentou as tarifas para conseguir concessões dos dois países vizinhos no controle das fronteiras e entrada ilegal nos EUA de fentanil.
Um assessor presidencial diz que, agora, não é o momento de ficar rebatendo publicamente Donald Trump.
Ele lembra que o presidente Lula já deu respostas públicas às ameaças de Trump, mas agora não seria produtivo ficar nesta batalha verbal. Afinal, o Brasil tem muito mais a perder do que os Estados Unidos.
No caso do aço, por exemplo, 48% das exportações brasileiras do produto vão para os Estados Unidos. Em relação ao alumínio, 16%.
Além disso, há risco de os Estados Unidos também sobretaxarem o ferro. “As exportações brasileiras para os Estados Unidos são importantes para nossa indústria de transformação. Para lá, exportamos aço.
No caso da China, exportamos o produto básico, o minério de ferro”, lembra o auxiliar presidencial, destacando a importância das vendas para clientes americanos.
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