Cientistas revelam a pior dor que você pode sentir, e não é o que você imagina

Cientistas revelam a pior dor que você pode sentir, e não é o que você imagina

Você já imaginou qual é a pior dor que um ser humano pode sentir? Se pensou em tropeçar no pé da mesa, pisar em um Lego descalço ou até mesmo em um ataque de pedras nos rins, prepare-se para uma surpresa. Um estudo publicado em 2020 revelou que a campeã de sofrimento é uma condição pouco conhecida, mas tão intensa que supera até ferimentos graves e partos sem anestesia: a cefaleia em salvas, também chamada de “dor de cabeça suicida”.

A pesquisa, que entrevistou mais de 1.600 pessoas que sofrem com essa condição, comparou a experiência da cefaleia em salvas com dores como fraturas ósseas, esfaqueamentos, enxaquecas e até o trabalho de parto. O resultado foi impressionante: os participantes deram à crise de cefaleia em salvas uma nota média de 9,7 em uma escala de 0 a 10. Para se ter uma ideia, o parto — frequentemente citado como um dos momentos mais dolorosos da vida — ficou em segundo lugar, com 7,2 pontos, seguido pela pancreatite (7,0) e pelas pedras nos rins (6,9).

Um estudo anterior afirmava que as pedras nos rins eram a condição mais dolorosa.

Um estudo anterior afirmava que as pedras nos rins eram a condição mais dolorosa.

Mas o que torna essa dor de cabeça tão excruciante? De acordo com a Mayo Clinic, a cefaleia em salvas é caracterizada por crises que ocorrem em “períodos de ataques frequentes”, conhecidos como ciclos. Esses ciclos podem durar semanas ou meses, com crises diárias que geralmente duram de 15 minutos a 3 horas. Os sintomas incluem uma dor aguda e penetrante atrás de um dos olhos, que se espalha para o rosto, cabeça e pescoço. Além disso, os pacientes relatam congestão nasal, alterações na cor da pele no lado afetado e uma agitação intensa — muitos não conseguem ficar parados durante as crises.

Apesar de ser considerada a pior dor do mundo, a cefaleia em salvas é rara: estima-se que apenas 0,1% da população global sofra com ela, segundo a Cleveland Clinic. Outro dado curioso é que, ao contrário de condições como infarto ou pancreatite, essa dor não é fatal. Mesmo assim, seu impacto na qualidade de vida é devastador, já que os ciclos de crises podem se repetir por anos.

Enquanto isso, outras dores comuns aparecem em posições bem abaixo no ranking. Um tiro de arma de fogo, por exemplo, recebeu 6,7 pontos. Pedras na vesícula (6,5), hérnia de disco (6,4), enxaqueca comum (5,7) e fraturas ósseas (5,5) também estão entre as experiências mais marcantes. Um dado que chama atenção é o infarto do miocárdio, que ficou com apenas 5 pontos na escala. Isso não significa que o problema seja menos grave — afinal, doenças cardíacas são uma das principais causas de morte no mundo, com 805 mil casos anuais apenas nos EUA, segundo o CDC —, mas mostra que a intensidade da dor nem sempre está ligada ao risco de vida.

A cefaleia em salvas foi avaliada com 9,7 em uma escala de 0 a 10 de dor.

A cefaleia em salvas foi avaliada com 9,7 em uma escala de 0 a 10 de dor.

O estudo também revelou que condições frequentemente associadas a traumas intensos, como queimaduras graves (5,6) e dores pós-cirúrgicas (5,4), são consideravelmente menos dolorosas do que crises de cefaleia em salvas. Até mesmo a fibromialgia, síndrome conhecida por causar dores crônicas generalizadas, ficou com 5,2 pontos.

Para quem já enfrentou uma crise de cefaleia em salvas, a descrição da dor é quase unânime: uma sensação de faca girando dentro do crânio, acompanhada de pressão e latejamento. Muitos pacientes relatam que o desconforto é tão insuportável que chegam a bater a cabeça contra a parede na tentativa de aliviá-lo — daí o apelido sombrio de “dor de cabeça suicida”. A boa notícia é que, embora não haja cura definitiva, tratamentos com oxigenoterapia e medicamentos específicos podem reduzir a frequência e a intensidade das crises.

Enquanto a ciência busca respostas mais eficazes, o estudo de 2020 reforça uma lição importante: a dor é uma experiência subjetiva, e o que parece intolerável para alguns pode ser completamente diferente para outros. Mas, pelo menos por enquanto, a cefaleia em salvas mantém seu triste título de campeã indiscutível no ranking do sofrimento humano.

Esse Cientistas revelam a pior dor que você pode sentir, e não é o que você imagina foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

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