Terra Indígena Sete de Setembro, em Rondônia, já perdeu área equivalente a 109 campos de futebol para o garimpo

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Um levantamento recente do Greenpeace Brasil revelou que a Terra Indígena Sete de Setembro, localizada entre Rondônia e Mato Grosso, já perdeu 78 hectares de vegetação devido ao garimpo ilegal.

A área devastada equivale a 109 campos de futebol e concentra-se principalmente nas ramificações dos rios Fortuninha e Fortuna, território do povo Paiter Suruí.

Dados do Greenpeace mostram que a destruição causada pelo garimpo ilegal tem se intensificado nos últimos anos.

Mapa comparativo da área de garimpo ilegal entre junho de 2023 e janeiro de 2025 – Foto: Greenpeace Brasil

Imagens de satélite revelam avanço do garimpo

Em 2022, a área devastada era de 55 hectares, crescendo para 72,16 hectares em 2024 e atingindo 78 hectares em janeiro de 2025.

A organização alerta para o aumento da pressão sobre o povo Paiter Suruí. Além disso, há a necessidade de medidas urgentes por parte das autoridades para conter a exploração ilegal.

O monitoramento foi realizado por meio do sistema Papa Alpha. Assim, ele combina imagens de satélite do Planet Lab, do GLAD (Global Analysis and Discovery) e de radar do RAAD (Radar for Detecting Deforestation).

Além disso, imagens obtidas em campo mostram a presença de maquinários pesados, como escavadeiras, evidenciando a estrutura avançada do garimpo ilegal.

Área de garimpo da Terra Indígena Sete de Setembro em agosto de 2023 – Foto: Observa Rondônia

Terra Indígena Sete de Setembro no contexto do desmatamento

A Terra Indígena Sete de Setembro ocupa uma área de 248 mil hectares e está localizada entre os municípios de Cacoal e Espigão D’Oeste, em Rondônia, e Rondolândia, no Mato Grosso.

A região faz parte do chamado “arco do desmatamento”, onde a fronteira agrícola avança sobre terras protegidas.

Segundo dados do PRODES, em 2021 o desmatamento atingiu um pico alarmante de 1.420 hectares, somando mais de 5.000 hectares desmatados desde 2008.

Jorge Eduardo Dantas, porta-voz da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil, destacou que a população enfrenta conflitos territoriais e invasões há mais de uma década.

 “O garimpo dentro das Terras Indígenas causa inúmeras consequências. Além da desestruturação social, ameaças à saúde e atos de violência contra povos indígenas e comunidades tradicionais, o garimpo destrói o meio ambiente com o desmatamento e contamina, com mercúrio, os recursos hídricos, o solo, os animais e a floresta”, afirmou.

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