Computadores quânticos: a revolução que ainda precisa de tempo

A computação quântica acaba de dar um salto promissor: a startup PsiQuantum afirma ter resolvido um dos maiores desafios da tecnologia — fabricar chips quânticos em larga escala. Usando fótons para processar dados, a empresa superou barreiras que, antes, pareciam intransponíveis. O avanço pode acelerar a chegada da era quântica.

A PsiQuantum aposta na computação quântica fotônica, abordagem que usa partículas de luz para armazenar e manipular informações. O método tem vantagens, como baixa interferência e alta velocidade, mas sempre esbarrou em desafios práticos. Os fótons são difíceis de criar, detectar e controlar, além de se perderem facilmente.

Agora, a empresa afirma ter solucionado esses problemas. Em artigo publicado na Nature, ela revelou hardware capaz de viabilizar a produção de chips quânticos em massa. Se confirmada, a inovação pode colocar a computação quântica mais perto do mundo real, transformando setores, como segurança digital, pesquisa científica e inteligência artificial (IA).

O que compõe um computador quântico?

  • Os computadores quânticos prometem mudar tudo: da inteligência artificial à segurança digital;
  • Mas, ao contrário dos computadores tradicionais, que armazenam informações em bits — representados pelos números 0 e 1 —, os quânticos usam qubits;
  • A grande diferença é que, enquanto um bit só pode ser 0 ou 1, um qubit pode ser 0 e 1 ao mesmo tempo, graças a fenômeno chamado de superposição quântica.

As maiores apostas estão nos circuitos supercondutores, que funcionam em temperaturas próximas do zero absoluto. Empresas, como Google e IBM, já anunciaram feitos, como a “supremacia quântica“, quando um computador quântico supera o melhor convencional.

Outras abordagens, como íons aprisionados e falhas controladas em diamantes, também disputam espaço nessa corrida tecnológica. Quem também, recentemente, avançou no setor foram pesquisadores chineses, que apresentaram um protótipo de chip quântico de 105 qubits que é um quadrilhão de vezes mais rápido que os supercomputadores mais potentes do planeta.

Diagrama ilustrando os diversos componentes do chip fotônico da PsiQuantum (Imagem: Divulgação/PsiQuantum)

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Apesar do entusiasmo, esses computadores ainda estão longe do uso cotidiano. Algumas versões são vendidas por preços astronômicos, enquanto outras podem ser acessadas pela nuvem. Mas, por enquanto, eles servem mais para experimentos e pesquisas do que para substituir os computadores que conhecemos.

PsiQuantum e a promessa de computador quântico escalável

Ao adotar processos já consolidados na fabricação de semicondutores, a PsiQuantum acredita ter superado um dos maiores obstáculos da computação quântica: a escalabilidade. Seus chips, produzidos em parceria com a GlobalFoundries, já são fabricados aos milhões, algo inédito no setor.

Essa abordagem pode acelerar o desenvolvimento de computadores quânticos com milhões de qubits, feito essencial para alcançar a tolerância a falhas. Se bem-sucedida, a tecnologia fotônica da PsiQuantum promete máquinas mais eficientes, com menor consumo de energia e maior viabilidade comercial.

Ainda há desafios pela frente, mas a empresa aposta que seu modelo trará a primeira geração realmente utilizável de computadores quânticos. Se cumprir o que promete, a era quântica pode estar mais próxima do que imaginamos.

Tecnologia de ponta! Este é o chip fotônico da PsiQuantum, projetado para impulsionar a computação quântica com luz (Imagem: Divulgação/PsiQuantum)

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