Desaprovação: pesquisa revela governo Lula e trabalho de Haddad como negativos; veja motivos

Uma pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (19), mostra a avaliação do mercado quanto à gestão econômica do governo Lula (PT). 

De maneira geral, 88% dos entrevistados pensam que o governo petista é negativo, enquanto 8% observam como regular e 4% analisam a conduta positiva. A alta no preço dos alimentos é apresentada como o principal motivo para esse resultado. 

Aversão ao ministro 

O trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é negativo para 58% dos especialistas. 32% apontam como regular e 10% é a soma dos que acreditam que a administração é positiva. 

Ao mesmo tempo, a força de Haddad, para 85%, está menor. Para 14% mantém-se igual e 1% vê como maior. 93% avaliam que a política econômica do país está indo na direção errada. 7% examina como sentido certo. 

A culpa disso tudo, no entanto, é de Lula. É o que aponta 92% dos participantes do levantamento. Apenas 5% consideram uma responsabilidade do ministro. 2% atribui peso ao Congresso e 1% ao Banco Central. 

A expectativa é de que, para 83%, haja uma piora no setor nos próximos 12 meses. 13% consideram que possa ficar do mesmo jeito e 4% vê que a economia pode melhorar. 

No final de janeiro, o presidente nacional do Partido Social Democrático (PSD), Gilberto Kassab,  expressou preocupação com a área. Ele analisou que Haddad não consegue gerir bem os trabalhos. 

“Hoje, o que a gente vê é uma dificuldade do ministro Haddad de comandar. Ele prioriza convicções, projetos, que não acabam se tornando realidade porque ele não consegue se impor no governo. Um ministro da Fazenda fraco sempre é um péssimo indicativo”, declarou. 

Aquilo que importa 

99% dos analistas entendem que o governo está preocupado com a popularidade do presidente Lula. Com isso, a menor preocupação é no equilíbrio fiscal, representado pela compreensão de 90% dos integrantes do levantamento. 

O economista e assessor de investimentos Alex Barros pontuou na última semana posição semelhante ao destacado neste exame. Barros disse que “a economia está sendo afetada não por problemas relativos aos indicadores de comércio, serviço e indústria, mas sim pela insegurança jurídica”

Ele comentou ainda que as trocas recentes do governo, com Gleisi Hoffmann na Secretaria de Relações Institucionais (SRI), e o ex-ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, no Ministério da Saúde, não traria soluções, pois “o que o presidente busca na verdade é recuperar a popularidade”. 

A pesquisa

Entre os dias 12 a 17 de março, 106 fundos de investimentos com sede em São Paulo (SP) e no Rio de Janeiro (RJ), sendo o público alvo gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro, foram procurados para entrevistas on-line.

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