VÍDEO – Amônia vaza na JBS em Marabá e leva funcionários ao desespero

Um novo vazamento de amônia na unidade industrial da JBS em Marabá, no Pará, transformou a noite desta quarta-feira (26) em um cenário de caos e desespero, colocando em risco a vida de centenas de trabalhadores do turno noturno. Segundo as informações, funcionários começaram a passar mal e, em pânico, correram para o pátio externo da empresa em busca de ar fresco.

O Corpo de Bombeiros e ambulâncias foram acionados às pressas para conter a crise, enquanto alarmes ecoavam pela planta industrial. Vídeos enviados por familiares capturaram o terror vivido no local: operários desmaiados sendo socorridos por colegas, outros lutando para respirar em meio a uma nuvem tóxica que ameaçava suas vidas.

De acordo com os empregados, seis pessoas passaram mal e tiveram que receber atendimento médico. Em nota lacônica e sem maiores explicações, a JBS disse que o incidente na unidade teria sido “prontamente controlado”.

Além disso, a JBS acrescentou que “todos os protocolos foram seguidos para garantir a segurança dos colaboradores”. Por fim, resumiu ter prestado “atendimento médico a todos os que solicitaram”.

O incidente não é isolado. Há menos de um ano, em 22 de abril de 2024, a mesma unidade da JBS em Marabá registrou outro vazamento de amônia, que levou 17 funcionários ao Hospital Municipal após intoxicação. Na ocasião, o caso ocorreu pela manhã, mas a gravidade foi idêntica: vidas foram diretamente expostas ao perigo de um gás altamente tóxico, que pode causar desde irritações graves até danos irreversíveis aos pulmões ou mesmo a morte.

Questionada na época, a JBS se esquivou de explicações detalhadas, limitando-se a dizer que os trabalhadores usavam equipamentos de segurança e foram rapidamente atendidos. Uma resposta fria e insuficiente diante de tamanha ameaça.

Enquanto isso, a JBS, comandada pelos irmãos bilionários Joesley e Wesley Batista, segue sob os holofotes não apenas por esses incidentes que colocam em xeque a segurança de seus funcionários, mas também por seu histórico de corrupção.

Blindagem no STF

Envolvida até o pescoço no escândalo da Lava Jato, a empresa viu seus líderes escaparem de punições significativas graças a decisões controversas do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Toffoli anulou processos e delações que pesavam contra os Batista, garantindo-lhes uma espécie de salvo-conduto para desfilar livremente pelo Brasil, como se a impunidade fosse um troféu.

O contraste é gritante: de um lado, trabalhadores arriscam suas vidas em plantas industriais mal geridas; de outro, os donos da JBS vivem intocados, blindados por decisões judiciais que desafiam o senso de justiça.

Os repetidos vazamentos de amônia em Marabá expõem uma realidade alarmante: a negligência com a segurança dos funcionários pode custar caro — em vidas humanas. A amônia, quando inalada em grandes quantidades, é um veneno silencioso que corrói as vias respiratórias e pode levar ao colapso em minutos.

Cada trabalhador que desmaiou ou lutou para respirar na noite de quarta-feira é um lembrete de que a impunidade não se restringe aos tribunais: ela também se manifesta na falta de responsabilidade corporativa. Até quando a JBS tratará esses episódios como meros incidentes, enquanto famílias temem pelo pior?

The post VÍDEO – Amônia vaza na JBS em Marabá e leva funcionários ao desespero appeared first on Ver-o-Fato.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.