Consumo de doces com maconha preocupa autoridades

Por: Flávio Jr. / Portal TVBV Online.

A venda do “brigadeiro batizado” é ilegal e pode causar problemas de saúde

A cada dia fica mais comum o consumo de doces com maconha em Florianópolis. O fato ocorre em vários pontos da cidade, como em praias, no Campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e até mesmo no Centro da Cidade. Vendedores oferecem o brisadeiro”, que é uma variação do brigadeiro, ou “Happy Brownie”, ambos contendo uma infusão da droga.

“Eles se aproximam com uma caixa térmica e oferecem o doce. O valor fica em torno de R$ 15 a R$ 20”, comentou uma testemunha que pediu para não ser identificada. Ela afirma que o doce é vendido em praias como a Mole, no Leste da Ilha, e no Campeche, no Sul da Ilha. Já outro entrevistado declarou que os doces também estão disponíveis na área Leste do centro da Capital, uma região conhecida pelo agito da vida noturna alternativa. “Sexta e sábado a noite as pessoas passam oferecendo brigadeiro canábico”, declarou.

Receitas com a droga também são facilmente encontradas nas redes sociais, em blogs ou em websites. Em diversos vídeos é possível ver pessoas de todas as idades preparando os doces com maconha. A UFSC foi procurada para se posicionar sobre o assunto, e através da assessoria de imprensa da Reitoria informou que a Universidade desconhece o assunto. “Não recebemos nenhuma denúncia de que esta ação esteja acontecendo no interior da universidade. Não temos como nos posicionar sobre algo que não é de nosso conhecimento”, completou a UFSC.

Eleitos do “brisadeiro”

Segundo a farmacêutica com doutorado em Toxicologia, Camila Marchioni, a maconha demora de 30 min a duas horas para ser absorvida pelo organismo e para que a pessoa comece a sentir o efeito do entorpecente. “Isso pode fazer com que ocorra um maior consumo da substância com o usuário achando que não está tendo os efeitos desejados. Consequentemente fica mais difícil controlar a quantidade utilizada e os efeitos tóxicos podem ser mais pronunciados”, comentou a especialista.

Imagem: Growroom.

A professora de toxicologia da UFSC explica que a exposição à maconha pode ocasionar intoxicação aguda e os efeitos experimentados podem ser os mais diversos como sonolência, vômito, palpitações, pressão elevada, dentre outros. “Há pessoas que podem também ficar agitadas. É importante salientar que muitos casos de intoxicação ocorrem em crianças de forma acidental. O surgimento dessas formas de uso da maconha acaba contribuindo para esse aumento de intoxicações acidentais uma vez que esses produtos são atraentes”, reforçou a farmacêutica.

Ele destaca que esses produtos “batizados” devem ficar longe do alcance de crianças e pessoas desavisados. Dra. Camila alerta que esses produtos são comercializados sem regulamentação ou controle de qualidade, o que torna difícil saber o que de fato está presente ou a quantidade de maconha e isso pode agravar os efeitos experimentados. “Para evitar intoxicações acidentais alertamos a população que a compra de doces, como brownies, brigadeiros, deve ser realizada em locais confiáveis e com rótulo evidente, de forma que a pessoa não adquira produtos contendo maconha por engano”, completou.

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Venda Ilegal

Apesar do uso da Canabis começar a ter um enfoque medicinal no Brasil a venda de doces com maconha é proibido e se iguala ao tráfico de entorpecente. “Do ponto de vista legal é similar a uma pessoa que esteja em uma boca de fumo vendendo droga, não tem diferença neste aspecto”, explicou o delegado Walter Loyola, responsável pela Delegacia de Combate as Drogas de Florianópolis (DECOD).

Ele reforça que a pessoa que está comprando o “doce” na praia é usuária do mesmo jeito que a pessoa que vai no morro e compra maconha. “Já o vendedor entra no mesmo artigo do tráfico de drogas não tem diferença, a lei não diferencia se a venda da droga em si ou como em doces”, completou.
O delegado tem observado que o consumo das drogas “ditas como gourmet” vem crescendo. “Quando digo gourmet, não são apenas os doces com maconha, mas drogas mais elaboradas e com o mesmo princípio ativo do THC (substância presente na maconha), algumas vendidas para uma classe mais elitizada, na minha visão são pessoas que buscam o consumo de uma forma diferente. E cada vez tem crescido a criação de novas formas de venda. Temos percebido o crescimento nesse tipo de negócio”, completou.

Produtos com maconha apreendidos em Florianópolis. Imagem: Arquivo GMF.

Em razão dessa produção artesanal, tem crescido o número de estufas em Florianópolis para produzir drogas com maior potencial de THC. Um exemplo ocorreu nesta segunda-feira (31) os policiais da Decod descobriram uma estufa em uma casa que era utilizada na produção da droga. “Eles investem no controle de temperatura ventilação e iluminação para produzir drogas mais fortes”, completou.

Estufa localizada na manhã desta segunda-feira (31) pela Polícia Civil. Imagem: Decod.

Casos de intoxicação pelo País

O problema se espalha pelo país e um exemplo ocorreu em um colégio estadual de Salvador, na Bahia. Quatro adolescentes passaram mal após o consumo de um doce feito com maconha. Uma das jovens admitiu que preparou o “brigadeiro batizado” em casa e levou para os colegas na escola. Já em Minas Gerais, na cidade de São Thomé das Letras, 13 turistas precisaram de atendimento médico após ingerir os “doces mágicos”. As vítimas relataram sintomas como alucinações, náusea e diarreia.

           

             

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