Um cenário desolador marcou a manhã desta sexta-feira no distrito de Cotijuba, a poucos quilômetros da capital paraense, onde a praia do “Vai Quem Quer”, conhecida por sua beleza rústica e águas doces, sofreu um duro golpe da natureza.
Vídeos enviados por moradores assustados ao portal Ver-o-Fato mostram a força de ondas incomuns para a região amazônica, que não apenas encalharam uma balsa, mas também devastaram parte da orla, derrubando barrancos e deixando buracos expostos ao longo da praia.
O impacto é mais um grito de alerta sobre os efeitos das mudanças climáticas e a elevação do nível das águas, que vêm transformando os rios e paisagens da Amazônia.
A apenas sete meses da realização da COP-30 em Belém, quando os olhos do mundo estarão voltados para a região, a destruição em Cotijuba escancara a urgência de ações concretas contra o avanço da crise climática. A praia do “Vai Quem Quer”, embora afastada do centro da vila, é um dos destinos favoritos de centenas de banhistas que, especialmente nas férias de julho, buscam refúgio nas suas areias para escapar da rotina frenética da cidade.
Mas, com a natureza cada vez mais imprevisível e furiosa, a pergunta que fica é: quem ainda terá coragem de ir? O que era um convite ao lazer agora parece um desafio à própria resiliência.
Alerta e fatura
A cena de hoje, documentada em vídeos, é um fato inquietante. As transformações nos rios amazônicos, impulsionadas pelo aquecimento global e pelo aumento do nível dos mares, têm apagado paisagens e alterado a vida de comunidades ribeirinhas.
Em Cotijuba, os moradores lamentam a perda de um pedaço de sua história e de seu sustento, enquanto a cidade se prepara para sediar debates globais sobre o futuro do planeta. A ironia é cruel: enquanto Belém se veste para a COP-30, a natureza, em Cotijuba, já cobra sua fatura.
Fatura essa que também já está na conta ambiental do que ocorre nas praia do Marahu e Paraíso, na “bucólica” ilha do Mosqueiro.
A pergunta não cala: seremos capazes de ouvir seu recado antes que mais praias, como a do “Vai Quem Quer”, virem apenas memória.
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