A líder indígena e ativista ambiental Vanda Witoto alertou sobre a falta de representação efetiva de povos tradicionais nos espaços de decisões da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada este ano no Brasil, em plena Amazônia.
“Essa COP ainda não está contemplando a diversidade – indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais – necessária nesses diálogos fundamentais”, criticou Witoto em publicação nas redes sociais.
Ela destacou que as populações mais afetadas pelas mudanças climáticas – indígenas, negras, periféricas e mulheres – seguem excluídas das mesas de negociação, mesmo sendo “detentoras de tecnologias ancestrais de enfrentamento às crises ambientais”.
O ‘olhar’ sobre a Amazônia e espaços de decisões na COP30
A ativista denunciou a visão superficial que domina as discussões climáticas.
“É um olhar satélite, que reduz a Amazônia à imensidão da floresta e à beleza dos rios, ignorando as realidades vividas por quem habita esses territórios”.
Vanda Witoto, líder indígena e ativista
Conforme a ativista, essa perspectiva desconsidera o racismo ambiental e as soluções práticas já desenvolvidas por essas populações para combater secas, queimadas e enchentes.
Tecnologias ancestrais
Witoto enfatizou que as comunidades tradicionais já praticam formas de adaptação climática baseadas em conhecimentos ancestrais, mas falta financiamento e inclusão política.
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“Precisamos sentar nas mesas de negociação para garantir que os recursos climáticos cheguem de fato às comunidades impactadas”, destacou Vanda.
O alerta foi feito no contexto do Dia dos Povos Indígenas, reforçando a urgência de colocar os saberes tradicionais no centro das estratégias globais contra a crise climática.
Por que isso importa?
A COP30 ocorrerá em um bioma onde vivem 180 povos indígenas, mas até agora “sem garantia de participação efetiva nas decisões que definirão o futuro de seus territórios – e do planeta”.
O desabafo da líder indígena ocorre há poucos meses da conferência que será realizada em novembro, em Belém do Pará, capital do estado.
Com o evento acontecendo no Brasil, todos os olhares do mundo de voltarão para a Amazônia, que deve ser um dos temas a ser debatido.
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