
Proprietário da área invadida acionou as autoridades após identificar pessoas supostamente ligadas à Liga dos Camponeses Pobres (LCP). Suspeitos afirmaram que o objetivo da ocupação era conquistar terras para moradia e cultivo. Mais de 20 homens ligado a LCP são presos por invasão de terras em distrito de Porto Velho
Reprodução/ 9° Batalhão da Polícia Militar do Estado de Rondônia
Mais de 20 homens foram presos por envolvimento em uma invasão de terras na zona rural do distrito de União Bandeirantes, em Porto Velho. A operação ocorreu na última sexta-feira (11) e resultou na apreensão de armas, veículos e outros materiais utilizados na ocupação irregular.
Segundo a Polícia Militar, o proprietário da área invadida acionou as autoridades após identificar, no local, pessoas supostamente ligadas à Liga dos Camponeses Pobres (LCP). No assentamento improvisado, 26 pessoas foram encontradas. Um dos suspeitos se apresentou como líder do grupo. Outro homem tentou fugir ao perceber a chegada da polícia, mas foi localizado com apoio da Gerência de Aviação do Estado (GAVE). Todos foram detidos.
Durante a ação, foram apreendidos facões, foices, rádios comunicadores, bombas caseiras, uma espingarda calibre 20 e uma pistola 9mm municiada, além de uma motosserra usada para desmatamento em área de preservação ambiental. A polícia também recolheu dez motocicletas e um automóvel, todos com documentação irregular.
Armas apreendidas pela polícia
Reprodução/9° Batalhão da Polícia Militar do Estado de Rondônia
À polícia, os suspeitos afirmaram que são moradores da região e que o objetivo da ocupação era conquistar terras para moradia e cultivo. No entanto, segundo testemunhas, o grupo mantinha vigilância armada no local, fazia a demarcação irregular de lotes e impedia o retorno do legítimo proprietário, além de ameaçar vizinhos e produtores rurais.
Dois homens, apontados como líderes, disseram viver em União Bandeirantes e afirmaram possuir lotes no acampamento conhecido como “Galo Velho”. Segundo a polícia, os detidos devem responder por ameaça, posse irregular de arma de fogo de uso permitido e associação criminosa. Eles foram encaminhados à Central de Flagrantes de Porto Velho, onde permanecem à disposição da Justiça.
Em nota, a Comissão Pastoral da Terra (CPT-RO) informou que o grupo preso não é acompanhado por eles, mas destacou que as prisões mostram como a distribuição de terras no Brasil é injusta. A entidade também criticou a operação, pois, segundo eles, expulsou pessoas que nem faziam parte do acampamento, prejudicando suas plantações. Além disso, disse que ações como essa são preocupantes e mostram a necessidade de respeito aos direitos no campo.
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