
Há séculos, uma antiga profecia intriga fiéis e curiosos ao redor do mundo. Conhecida como a Profecia dos Papas, ela teria sido escrita no século XII por um arcebispo irlandês chamado São Malaquias. O texto, repleto de simbolismos, descreveria características de 112 pontífices — desde Celestino II, eleito em 1130, até um misterioso “Pedro, o Romano”, que marcaria o fim da lista e, segundo interpretações, o próprio fim dos tempos.
Recentemente, o assunto voltou à tona após a notícia do falecimento do Papa Francisco, aos 88 anos, vítima de um acidente vascular cerebral que levou a um coma e parada cardíaca. Com o início do período de nove dias de luto e a preparação para o conclave (assembléia que elege o novo líder da Igreja Católica), especulações sobre a possível conexão do pontífice argentino com a profecia ganharam força. Afinal, segundo o texto atribuído a Malaquias, após o 112º papa, a humanidade enfrentaria um juízo final, com a destruição de Roma — a “cidade das sete colinas” — e o fim do mundo como o conhecemos.
A descrição do último papa na lista é breve, mas carregada de dramaticidade: “Pedro, o Romano, que apascentará suas ovelhas em meio a muitas tribulações. Quando estas coisas se cumprirem, a cidade das sete colinas será destruída, e o temível juiz julgará seu povo. Fim.” Alguns entusiastas das profecias acreditam que esse evento catastrófico ocorreria por volta de 2027, data próxima o suficiente para gerar inquietação.
Mas como funcionam as supostas conexões entre os papas e as frases enigmáticas da profecia? Os defensores da teoria apontam exemplos históricos. Um deles é o lema “da gansa guardiã”, associado ao Papa Alexandre III (1159–1181), cuja família teria um ganso em seu brasão. Outro caso é o de Calisto III (1455–1458), ligado à frase “boi pastoril”, já que seu símbolo pessoal incluía um boi pastando. Para críticos, porém, essas associações são forçadas ou reinterpretadas posteriormente para se encaixar nas narrativas.

A legitimidade da profecia foi fortemente contestada (Domínio Público)
A autenticidade do documento também é questionada. Historiadores destacam que a primeira menção à profecia só surgiu em 1595, mais de 450 anos após a morte de São Malaquias. Uma teoria sugere que o texto foi criado por um monge chamado Arnold Wyon, que tentou usá-lo para influenciar a eleição papal do século XVI — sem sucesso. Além disso, o próprio Papa Francisco desafia a lógica da profecia: seu nome de batismo é Jorge Mario Bergoglio, e ele não adotou “Pedro” como nome pontifício, contrariando a previsão do “Pedro, o Romano”.
Especialistas como Anura Guruge, estudioso do Vaticano, reforçam a falta de evidências concretas sobre a origem medieval da profecia. Para Josh Canning, diretor do Centro Newman em Toronto, a conexão entre Francisco e o suposto último papa é frágil: “Não vejo como ligar ‘Pedro, o Romano’ ao atual pontífice”, declarou em 2013. A Igreja Católica, por sua vez, nunca reconheceu oficialmente o texto como autêntico, tratando-o mais como uma curiosidade histórica do que como um alerta divino.
Apesar das dúvidas, o fascínio pela Profecia dos Papas persiste. Mistérios envolvendo o fim do mundo sempre capturam a imaginação, especialmente quando vinculados a instituições milenares como o Vaticano. Enquanto o conclave se prepara para escolher um novo líder, o debate continua: seria a lista de Malaquias uma visão sobrenatural ou apenas uma lenda habilidosamente construída? Independente da resposta, uma coisa é certa — o enigma permanece vivo, alimentando debates e teorias há mais de oito séculos.
Esse Profecia de 1000 anos prevê o próximo papa, mas tem um aviso aterrador para a humanidade foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.