Um novo estudo da Universidade de Otago, em colaboração com a Universidade da Virgínia, encontrou uma possível ligação entre alterações na retina e o risco de desenvolver demência.
A pesquisa, parte do Estudo Multidisciplinar de Saúde e Desenvolvimento de Dunedin — o mais longo da Nova Zelândia e um dos mais detalhados do mundo — revelou que certos padrões nos vasos sanguíneos da retina podem indicar risco precoce da doença.
Diagnosticar doenças cognitivas em estágios precoces é importante para conseguir tratamentos mais eficazes. O estudo foi publicado no Journal of Alzheimer’s Disease.
Descobertas do estudo
- Os pesquisadores observaram que arteríolas mais estreitas, vênulas mais largas e camadas mais finas das fibras nervosas da retina estavam associadas a maior risco de demência, incluindo o Alzheimer.
- A coautora Dra. Ashleigh Barrett-Young afirma que essas descobertas ajudam a montar um “quebra-cabeça” para a detecção precoce da doença, já que a retina está diretamente ligada ao cérebro.
- “Fiquei surpresa ao ver que as vênulas estavam associadas a tantos domínios diferentes da doença de Alzheimer”, disse a médica.

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Sem motivo para alarde
Apesar do avanço, os cientistas alertam que os resultados ainda são preliminares e não devem causar pânico.
O objetivo é que, futuramente, exames oculares possam ser usados como ferramentas acessíveis para identificar sinais precoces de demência, complementando os testes atuais, que são caros ou pouco sensíveis nos estágios iniciais.
Contudo, as descobertas ainda são prematuras demais para serem aplicadas no mundo real.
“Espero que um dia possamos usar inteligência artificial em tomografias oculares para indicar a saúde cerebral de forma mais eficaz”, disse Barrett-Young. Até lá, as pesquisas continuam em busca de soluções mais acessíveis e precisas para diagnóstico precoce.

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