Você já ouviu falar dos tardígrados, também conhecidos como ursos-d’água? Esses minúsculos animais de oito patas — com apenas meio milímetro de comprimento — são famosos por sobreviverem a condições extremas, desde o vácuo do espaço até radiação intensa.
Agora, cientistas estão aproveitando essa resiliência para algo inusitado: aplicar “tatuagens” microscópicas em seus corpos.
Pesquisadores da American Chemical Society (ACS) usaram os tardígrados como plataforma de teste para uma técnica chamada litografia de gelo, capaz de esculpir padrões ultrafinos em organismos vivos usando feixes de elétrons. A pesquisa sobre esta técnica está publicada na revista Nano Letters.
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Como as “tatuagens” são feitas
- O procedimento envolve congelar o animal, cobri-lo com uma camada de anisol (um composto orgânico), e então aplicar o feixe, que cria um padrão fixado à superfície.
- Após o descongelamento, o tardígrado permanece com a tatuagem — e, surpreendentemente, saudável.
- A equipe conseguiu imprimir formas como quadrados, linhas de 72 nanômetros e até logotipos universitários.
- Cerca de 40% dos animais sobreviveram ao experimento sem qualquer alteração comportamental.
- Segundo os autores, com ajustes na técnica, essa taxa de sobrevivência pode melhorar.
Técnica pode levar a inovações importantes
Mais do que uma curiosidade científica, o experimento abre portas para o desenvolvimento de sensores, microdispositivos e até ciborgues microbianos. A ideia é tornar possível a integração de eletrônica diretamente em tecidos vivos — algo até então digno de ficção científica.
Como afirma o pesquisador Gavin King: “Este é um grande passo rumo a uma nova geração de biointerfaces e sensores implantáveis”.

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