Em um caso que expõe a fragilidade do sistema de saúde no interior do Pará, uma menina de apenas 6 anos, identificada como Quesa, enfrenta uma batalha contra o tempo em Tucuruí, a cerca de 388 quilômetros de Belém. Diagnosticada com insuficiência renal aguda, a criança está entubada e internada desde o dia 19 de abril no hospital local, que, segundo sua direção, não possui estrutura para oferecer o tratamento necessário.
A solução está na capital paraense, onde um leito de UTI na Santa Casa de Misericórdia do Pará ou em hospitais privados conveniados ao SUS poderia salvar sua vida. No entanto, a demora na transferência e a falta de vagas agravam a angústia da família e colocam em xeque a eficiência do sistema de saúde pública.
A família, por meio do Ver-o-Fato, faz um apelo dramático ao governador Helder Barbalho: “governador, o senhor é pai e sabe o que é amar e zelar por seus filhos, tem sensibilidade humana. Não deixe que a nossa Quesa continue sofrendo tanto por falta de leito em Belém. Pelo amor de Deus, nos ajude”.
O pai da menina, Raimundo, em um vídeo comovente que viralizou nas redes sociais, implora por ajuda. “Os médicos disseram que os rins dela podem parar a qualquer momento. Se isso acontecer, o corpo todo para”, relatou, com a voz embargada. A família, em desespero, já buscou auxílio de autoridades municipais, estaduais e até de deputados, mas até agora não obteve respostas concretas. “Minha esposa está devastada. Tentamos tudo, falamos com tanta gente, e nada”, desabafou Raimundo, que clama por “compaixão” para que sua filha tenha uma chance.
A situação em Tucuruí reflete um problema recorrente no interior do Brasil: a falta de infraestrutura hospitalar para casos graves. A direção do hospital local foi categórica ao afirmar que não há condições de tratar Quesa adequadamente, o que torna a transferência para Belém não apenas necessária, mas urgente.
Cada hora que passa aumenta o risco de um desfecho trágico, e a distância de 388 quilômetros, que poderia ser percorrida rapidamente com transporte aéreo ou ambulância equipada, transforma-se em uma barreira quase intransponível devido à burocracia e à escassez de recursos.
Prioridade na Santa Casa, mas sem leito
Em Belém, a Santa Casa de Misericórdia, referência em atendimentos pediátricos complexos, informou, após apelo da família ao portal Ver-o-Fato, que priorizará o caso. Contudo, a instituição revelou um grande obstáculo: todos os leitos de UTI estão ocupados. Como alternativa, sugeriu a busca por vagas na rede particular conveniada ao SUS, uma solução que, embora viável em teoria, depende de agilidade e articulação entre o poder público e os hospitais privados.
A resposta, embora demonstre esforço, evidencia a sobrecarga do sistema de saúde e a dificuldade de atender emergências como a de Quesa.
O caso de Quesa não é isolado, mas sua gravidade e a mobilização da família nas redes sociais jogam luz sobre a necessidade de soluções estruturais. A transferência da criança exige ação imediata: seja por meio de uma vaga na Santa Casa, seja em um hospital particular, ou até com o uso de transporte aéreo emergencial, que o governo estadual tem condições de providenciar.
A vida de uma criança de 6 anos está em jogo, e cada minuto conta.
É inadmissível que, em 2025, uma família precise recorrer a apelos públicos para garantir um direito básico como o acesso à saúde. As autoridades do Pará, incluindo a Secretaria de Saúde, a prefeitura de Tucuruí e deputados estaduais, precisam agir com a urgência que o caso exige. A sociedade, por sua vez, segue acompanhando, compartilhando o apelo de Raimundo e cobrando respostas.
Quesa merece a chance de viver, e o sistema de saúde precisa provar que é capaz de salvá-la.
O APELO DO PAI
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