Um novo estudo, disponível no servidor online de pré-impressão arXiv, onde aguarda revisão por pares, aponta para uma possível evidência do Planeta Nove – um objeto hipotético e ainda não identificado que poderia ser o nono planeta do Sistema Solar. Segundo os pesquisadores, esse mundo estaria muito além da órbita de Netuno, em uma região ainda pouco explorada pelos telescópios.
Segundo a NASA, a ideia do Planeta Nove surgiu em 2016, quando dois astrônomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), Konstantin Batygin e Mike Brown, observaram que seis objetos muito distantes estavam se movendo de forma estranha. Eles pareciam ser puxados por algo com uma forte gravidade, indicando a presença de um corpo grande e invisível.

Esse planeta misterioso poderia ajudar a explicar comportamentos curiosos de outros corpos celestes, como órbitas inclinadas ou trajetórias contrárias às habituais. A NASA destaca que, se confirmado, o Planeta Nove também preencheria uma lacuna do nosso sistema, já que muitos planetas de outras estrelas são do tipo “superterra”, maiores que a Terra, mas menores que Netuno – exatamente o perfil que se espera desse novo candidato.
Embora milhares de exoplanetas já tenham sido descobertos fora do Sistema Solar, encontrar novos planetas por aqui é mais difícil do que parece. Isso porque, do ponto de vista da Terra, a maioria deles não passa na frente do Sol, o que dificulta sua visualização direta. Planetas como Netuno, por exemplo, foram detectados observando seus efeitos gravitacionais sobre outros.
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Planeta Nove é praticamente invisível
Se o Planeta Nove realmente existir, ele pode estar a uma distância de até 700 unidades astronômicas (UA) do Sol. Uma UA equivale à distância entre a Terra e o Sol, que é de 150 milhões de km. Mesmo sendo um planeta grande, ele refletiria pouca luz solar por estar tão longe, o que o tornaria quase invisível para os instrumentos atuais.

Para tentar encontrá-lo, uma equipe formada por astrônomos de Taiwan, Japão e Austrália analisou imagens em infravermelho do céu tiradas com 23 anos de diferença, usando o Satélite Astronômico Infravermelho (IRAS) e o AKARI (“Luz”, em japonês). A aposta foi simples: procurar por algo que estivesse se movendo muito devagar – exatamente o esperado para um objeto tão distante.
A busca começou com 13 possíveis candidatos. Depois de uma análise rigorosa, que incluiu observações visuais detalhadas das imagens, apenas um desses objetos permaneceu como um possível candidato ao Planeta Nove. Ele apareceu em uma posição nas imagens antigas e em outra nas mais recentes, com um movimento compatível com o esperado.
Apesar da descoberta promissora, os dados ainda são insuficientes para confirmar se o objeto é de fato o Planeta Nove. A equipe afirma que novas observações serão fundamentais para determinar sua órbita e natureza. Por enquanto, ele continua sendo um forte suspeito – mas ainda envolto em mistério.
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