A Globo inaugurou nesta terça-feira, 29 de abril, a primeira estação piloto da DTV+ no Brasil. Com caráter científico e experimental, o projeto recebeu autorização temporária do Ministério das Comunicações e da Anatel para testar a arquitetura técnica e os modelos de operação da nova geração da televisão digital aberta no país. A iniciativa ocorre no ano em que o grupo Globo celebra 100 anos de fundação e 60 anos da TV Globo.
O lançamento contou com participação da secretária executiva do MCOM, Sônia Faustino, do presidente da Anatel, Carlos Baigorri, do conselheiro substituto Vinicius Caram, entre outras autoridades.
A estação está localizada no Rio de Janeiro e transmite sinal digital para áreas da Zona Sul e da Barra da Tijuca, com uso de receptores próprios. A proposta é avaliar o funcionamento de funcionalidades avançadas como personalização de conteúdo, interatividade, login de usuários e inserção dinâmica de publicidade.
Segundo a emissora, o sistema DTV+ representa uma evolução do modelo tradicional de TV aberta ao incorporar atributos típicos do ambiente digital. O governo e o Fórum Brasileiro de TV Digital costumam se referir à tecnologia como TV 3.0.
“Estamos lançando uma infraestrutura completa em operação daquilo que vínhamos discutindo nos últimos quatro anos no Fórum SBTVD”, afirmou Raymundo Barros, diretor de Tecnologia da Globo e presidente do fórum técnico que coordena a implementação da nova geração digital.
A expectativa é que as transmissões comerciais com DTV+ comecem a partir de 2026, tendo como eventos de referência a Copa do Mundo daquele ano e o cronograma do SBTVD Fase 3. A Globo prevê que os primeiros mercados a adotar o modelo serão Rio de Janeiro e São Paulo.
Durante a demonstração, foi apresentado o aplicativo DTV+, que permite ao usuário personalizar transmissões ao vivo com múltiplos ângulos de câmera, estatísticas, enquetes e escolha de áudio alternativo — como ouvir apenas a torcida de um time em partidas de futebol. Os conteúdos podem ser acessados mediante login, o que viabiliza a oferta de publicidade segmentada por perfil ou localização.
Também foram demonstradas soluções para mídia out-of-home (OOH), com totens que recebem conteúdo diretamente do sinal de TV, sem necessidade de conexão com a internet, ampliando a cobertura em áreas de baixa conectividade.
Além de testar aspectos técnicos, o piloto tem como objetivo avaliar os modelos de negócio viáveis para a DTV+ e mapear oportunidades para o mercado publicitário. “A TV aberta domina 60% da audiência domiciliar em todas as telas. Com a DTV+, ela passa a oferecer todas as ferramentas das grandes mídias digitais”, destacou Barros.
A Globo considera o projeto um passo para consolidar a TV aberta como plataforma digital gratuita, massiva e personalizada. A licença experimental está alinhada às diretrizes do Fórum SBTVD e às discussões conduzidas pela Anatel e pelo Ministério das Comunicações para a modernização do setor. (Com assessoria de imprensa)
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