Mais de 30% dos entregadores de comida enfrentam insegurança alimentar

Três em cada dez entregadores de comida enfrenta insegurança alimentar. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Mesmo enquanto rodam a cidade inteira entregando comida, muitos entregadores de aplicativo enfrentam a fome. É o que revela a pesquisa Entregas da Fome, feita pela ONG Ação da Cidadania nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

De acordo com o levantamento, 32% desses trabalhadores vivem algum grau de insegurança alimentar. Ou seja, não conseguem se alimentar de forma adequada e constante.

Além disso, 13,5% enfrentam insegurança alimentar moderada ou grave. Isso significa que há redução na qualidade e na quantidade dos alimentos, ou até a escassez total de comida em casa. O índice é superior à média nacional, de 9,4%.

Fome atinge 8% dos entregadores de comida

A insegurança alimentar grave, também conhecida como fome, atinge 8% dos entregadores entrevistados.

Mas esse não é o único desafio da categoria. A pesquisa mostra que 56,7% trabalham todos os dias da semana. Outros 56,4% trabalham mais de nove horas por dia, o que indica jornadas exaustivas.

A maioria desses profissionais não conta com proteção social. Segundo os dados, 72% não contribuem com a Previdência, e 41% já sofreram acidentes de trabalho.

Os custos da atividade também ficam quase totalmente por conta do entregador. Quase 100% pagam do próprio bolso o plano de dados móveis usado para acessar o aplicativo.

Além disso, 93,4% não têm seguro para o celular, 90,6% não possuem seguro de vida, e 90% trabalham sem plano de saúde. Para completar, 67,6% não têm seguro do veículo usado nas entregas.

O estudo acende um alerta sobre as condições precárias enfrentadas por esses trabalhadores que, mesmo essenciais, vivem à margem da proteção social.

Entregadores protestam por pagamento melhor

Enquanto isso, os entregadores buscam por melhor remuneração para o seu trabalho. Atualmente, o iFood – principal plataforma de delivery no Brasil – paga R$ 6,50 por pedido para motociclistas e para entregadores que usam bicicleta.

Contudo, a partir de 1º de junho esses valor subirá para R$ 7,50 para motociclistas e R$ 7 para entregadores que usam bicicleta. O aumento de 15% não deixou os entregadores satisfeitos.

De acordo com lideranças da categoria, os entregadores pleiteiam aumento da taxa de entrega de R$ para R$ 10,00. Além disso, também querem reajuste do valor pago pelo quilômetro rodado, de R$ 1,50 para R$ 2,50, pagamento de todas as entregas realizadas na mesma rota, ou seja, o fim das “rotas casadas” e limite de até três quilômetros para trajetos de bicicleta.

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