Uma infestação de mariposas da espécie Hylesia, conhecidas popularmente como “bruxas”, provocou a suspensão das aulas em escolas da Vila Manelito, zona rural de Portel, no arquipélago do Marajó. Segundo moradores da comunidade, os insetos têm causado dermatites e reações alérgicas, principalmente em crianças e idosos.
A Secretaria Municipal de Educação determinou a suspensão das aulas por um período de 10 dias nas unidades vinculadas à Escola Referência Boa Esperança, como medida preventiva diante da infestação.
Nas redes sociais, um vídeo gravado por moradores mostra estudantes e professores deixando a Escola Estefânia Monteiro em meio à intensa presença dos insetos.
Causas e prevenção
A infestação de mariposas da espécie Hylesia, conhecidas como “bruxas”, é um exemplo alarmante de como pragas de insetos podem impactar comunidades, comprometendo até mesmo atividades essenciais como a educação. Esse cenário exige medidas imediatas e coordenadas para proteger a população e mitigar os danos. Abaixo, ações recomendadas para lidar com infestações de insetos como essa, com base em informações científicas e práticas de saúde pública:
Medidas de prevenção e controle ambiental:
Reduzir a atração das mariposas: As mariposas Hylesia são atraídas por luzes, especialmente à noite. Recomenda-se manter portas e janelas fechadas ao anoitecer, instalar telas protetoras e evitar acender lâmpadas externas ou internas desnecessariamente. Em escolas e residências, luzes de baixa intensidade e com filtros podem ajudar a diminuir a presença dos insetos.
Limpeza cuidadosa: Evitar varrer áreas com mariposas caídas, pois isso pode espalhar as cerdas irritantes. Use panos úmidos ou água para limpar superfícies, móveis e pisos, sempre com luvas para proteger a pele. Roupas de cama, toalhas e roupas expostas devem ser lavadas com frequência, evitando agitá-las antes da lavagem para não dispersar as cerdas.
Manutenção de ambientes: Lavar paredes internas e externas pode reduzir a postura de ovos pelas mariposas. Em áreas rurais como a Vila Manelito, a limpeza de vegetação densa próxima a escolas e casas pode diminuir os locais de reprodução dos insetos.
Cuidados com a Saúde:
Tratamento das reações alérgicas: O contato com as cerdas das mariposas Hylesia causa dermatite papulopruriginosa, caracterizada por coceira intensa, vermelhidão e, em alguns casos, bolhas. Ao identificar sintomas, lave a área afetada com água fria ou gelada para aliviar a irritação e procure uma unidade de saúde. Anti-histamínicos sistêmicos, corticosteroides tópicos e compressas frias são tratamentos comuns, mas nunca aplique substâncias como álcool sem orientação médica.
Atenção a casos graves: Em idosos e crianças, que são mais vulneráveis, as reações podem ser mais intensas. Além da dermatite, há risco de complicações oftalmológicas, como conjuntivite, se as cerdas entrarem em contato com os olhos. É essencial buscar atendimento médico imediato e, se possível, levar uma amostra do inseto para identificação.
Monitoramento contínuo: As autoridades de saúde de Portel devem monitorar o número de casos atendidos em postos de saúde, como foi feito em outros surtos, como o de Porto Alegre em 2023, onde 120 a 150 pessoas buscaram atendimento.
Ações coletivas e institucionais:
Suspensão temporária de atividades: A decisão da Secretaria Municipal de Educação de Portel de suspender as aulas por 10 dias é uma medida acertada para proteger alunos e professores, como visto em casos semelhantes no Marajó e em outras regiões, como Pernambuco em 2021. Durante esse período, as escolas devem ser inspecionadas e limpas para garantir a segurança no retorno.
Educação comunitária: Informar a população sobre os riscos das mariposas e as medidas preventivas é crucial. Campanhas educativas, como as realizadas em São Paulo entre 1989 e 1991, reduziram a exposição ao inseto ao orientar sobre fechamento de janelas e limpeza adequada. Em Portel, a prefeitura pode usar vídeos, panfletos e reuniões comunitárias para disseminar essas informações.
Controle de infestação: O uso de inseticidas é geralmente desaconselhado, pois pode prejudicar predadores naturais das mariposas e outras espécies. No entanto, em casos extremos, como em surtos no litoral de São Paulo, a aplicação de deltametrina (50 mg/m²) em paredes externas de prédios infestados mostrou resultados satisfatórios. Essa medida deve ser avaliada por especialistas em Portel, considerando o impacto ambiental na região do Marajó.
Investigação e monitoramento de longo prazo:
Causas da infestação: O aumento populacional das mariposas Hylesia está associado a mudanças sazonais, como a transição entre primavera e verão, e a fatores ambientais, como calor e seca, que podem ter contribuído para o surto em Portel. Alterações climáticas, desmatamento e urbanização também podem agravar essas infestações. Autoridades devem investigar se esses fatores estão presentes na Vila Manelito.
Apoio de especialistas: A colaboração com biólogos, como Roberta Raiol, citada em casos no Marajó, e dermatologistas, como os da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é essencial para confirmar a espécie envolvida e orientar o tratamento.
Planejamento preventivo: Após o controle do surto, Portel deve desenvolver um plano de contingência para futuras infestações, incluindo monitoramento sazonal das populações de mariposas e melhorias na infraestrutura das escolas, como telas e iluminação adequada.
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