Meta investe em chip próprio, fortalece WhatsApp e briga na Europa

Durante a conferência de resultados do primeiro trimestre de 2025, na última quarta-feira, 30, a Meta destacou o avanço do desenvolvimento de seu próprio chip de IA, chamado MTIA (Meta Training and Inference Accelerator). A solução foi projetada para substituir parte da infraestrutura baseada em GPUs, com foco inicial em tarefas de recomendação e ranqueamento.

Segundo Chad Heaton, vice-presidente de finanças da empresa, o chip já está sendo usado na Meta desde 2024 para inferência e será expandido ao longo de 2025. A expectativa é que o MTIA também passe a ser utilizado em tarefas de treinamento e, futuramente, em aplicações de IA generativa. Apesar disso, a Meta afirma que seguirá adquirindo componentes de fabricantes tradicionais.

A estratégia de desenhar o próprio chip faz parte do esforço da Meta para ganhar mais eficiência e controle sobre a infraestrutura computacional. A companhia aumentou sua projeção de investimentos em capital (capex) para 2025, agora estimado entre US$ 64 e 72 bilhões, com foco em servidores, data centers e redes.

WhatsApp ganha força como plataforma de negócios

Outro destaque da teleconferência foi a valorização do WhatsApp como canal estratégico para a Meta. A empresa informou que o aplicativo alcançou o mesmo volume de mensagens diárias do Instagram, superando o Messenger. Com mais de 3 bilhões de usuários ativos por mês, o WhatsApp se consolida como ferramenta relevante para comunicação e, cada vez mais, para comércio.

Segundo o CEO Mark Zuckerberg, a Meta pretende usar inteligência artificial para permitir que empresas criem agentes autônomos de atendimento e vendas dentro do app. A inspiração vem de mercados asiáticos, como Tailândia e Vietnã, onde negócios via mensagens já são comuns e geram receitas relevantes para a empresa.

A CFO Susan Li informou que a Meta já testa agentes comerciais de IA no WhatsApp e Messenger em alguns mercados. Essas soluções também estão sendo integradas aos anúncios no Facebook e Instagram. A empresa lançou um painel para permitir que empresas treinem seus agentes com base em informações de perfis públicos.

União Europeia exige mudanças no modelo de assinatura

A Meta também comentou os desdobramentos da decisão da Comissão Europeia que considerou inadequado o modelo de assinatura “sem anúncios” oferecido aos usuários de Facebook e Instagram no continente. A medida se baseia na Lei dos Mercados Digitais (DMA), em vigor desde 2023.

O modelo implementado pela Meta permite que usuários paguem uma mensalidade para deixar de receber publicidade personalizada. Em novembro de 2024, após críticas de reguladores, a empresa adicionou uma opção gratuita com anúncios menos personalizados e reduziu o preço da assinatura. Ainda assim, a Comissão concluiu que a oferta original fere os princípios da DMA, por não fornecer uma alternativa gratuita com menor uso de dados pessoais.

Susan Li afirmou que a empresa está em diálogo com as autoridades e que outras mudanças podem ser exigidas. A Meta afirma que a obrigatoriedade de alterar o modelo pode prejudicar a experiência dos usuários e alerta que deve reduzir a receita na Europa já a partir do terceiro trimestre de 2025.

Em 2024, a região europeia respondeu por aproximadamente 16% do faturamento global da empresa. A Meta ainda não divulgou estimativas para o tamanho do impacto.

Resultados do 1º trimestre

No primeiro trimestre de 2025, a Meta reportou receita total de US$ 42,3 bilhões, alta de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido foi de US$ 16,6 bilhões, com margem operacional de 41%. O capex três primeiros meses do ano somou US$ 13,7 bilhões.

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