Investigação em RS e SC iniciou após vítima ser surpreendida durante vistoria no DETRAN
Uma organização criminosa do Rio Grande do Sul, com braço em Santa Catarina, foi alvo de uma operação da Polícia Civil gaúcha (PCRS) na manhã desta quarta-feira (7). O grupo operava um esquema de revenda de carros roubados e invadia a conta Gov.br das vítimas para adulterar a documentação e realizar a transferência dos veículos. Dezessete pessoas foram presas.
A Operação Krypteia mobilizou 120 policiais no cumprimento de 22 mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão nas cidades gaúchas de Porto Alegre, Viamão, Alvorada, Charqueadas e Arroio dos Ratos. As ordens judiciais também foram cumpridas em Florianópolis, São José, Palhoça e Criciúma, em Santa Catarina, e na cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com a Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos do Departamento Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCPE/DERCC) da PCRS, cinco pessoas estão foragidas. O líder do grupo já está preso em uma penitenciária gaúcha, condenado a mais de 70 anos de reclusão.
Durante as buscas, foram apreendidos documentos e aparelhos celulares que serão analisados para confirmar a suspeita dos crimes investigados de organização criminosa, estelionato, falsificação de documentos, invasão de dispositivos informáticos, adulteração de sinal identificador de veículo automotor e lavagem de dinheiro.
Ainda segundo a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, a organização criminosa é dividida entre braços operacionais, operadores financeiros localizados em Santa Catarina, células de clonagem, célula de invasão e demais integrantes envolvidos nos apoios logísticos e na lavagem de capitais.
A investigação teve início após uma vítima de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, relatar à Polícia Civil que comprou um Volkswagen T-Cross após ver o anúncio de um vendedor particular no Facebook. Após realizar o pagamento de R$ 80 mil e receber o documento de Autorização para Transferência de Propriedade de Veículo (ATPV-e), a vítima foi surpreendida no DETRAN com a informação de que o veículo havia sido furtado no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, poucos dias antes.

Grupo operava em diferentes células
A investigação da PCRS descobriu que o líder do esquema adquiria veículos roubados ou furtados no Rio Grande do Sul ou em Santa Catarina. A partir de então, com o auxílio de outros integrantes, incluindo sua companheira, os carros eram entregues a uma outra célula do grupo, responsável pela clonagem e falsificação dos sinais identificadores.
Após a clonagem, os criminosos passavam os dados da nova placa para um indivíduo de 24 anos, morador do Rio de Janeiro e estudante de tecnologia e programação de dados, que, utilizando engenharia social, conseguia invadir a conta Gov.br do proprietário do veículo original e obter acesso à documentação.
Com acesso livre à documentação, os criminosos passavam a anunciar a venda do veículo em marketplaces por um valor abaixo do mercado, atraindo o interesse de novas vítimas que acabavam comprando os carros. Com a compra acertada, os criminosos realizavam a transferência de documentação para a vítima. Com a documentação e em mãos, ao buscar a vistoria do DETRAN, os compradores descobriam que se tratava de um veículo produto de furto/roubo.
Neste momento, o valor da compra já havia sido pulverizado pela célula financeira do grupo, localizada em Santa Catarina, que utilizava empresas de fachada para a lavagem e ocultação do dinheiro sujo e a transferência aos demais integrantes da organização criminosa.

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