RE X PA valeu pelo primeiro tempo: Leão vence e leva vantagem na final

Os maiores rivais da Amazônia protagonizaram o clássico de número 777, o mais disputado do planeta, em um jogo de ida válido pela grande final do Campeonato Paraense 2025, no Estádio Mangueirão, em Belém. A partida foi um verdadeiro espetáculo, especialmente no primeiro tempo, digno do maior duelo da região. O confronto não decide apenas o título estadual, mas também serve como um termômetro para o futuro das duas equipes na temporada. E deu Leão, que foi mais competente e soube aproveitar as falhas grotescas da defesa bicolor. Quebrou a invencibilidade de 9 jogos do Papão.

O jogo começou quente, com muita intensidade, faltas e a pegada característica de um clássico. As duas equipes entraram em campo determinadas a buscar o gol a todo momento. O Paysandu iniciou melhor, trocando passes rápidos no campo defensivo do Remo.

No entanto, foi o Leão Azul que abriu o placar. Aos 10 minutos, em um contra-ataque fulminante pela esquerda, Sávio cruzou rasteiro, a bola atravessou toda a área bicolor, e Janderson, surgindo na segunda trave, empurrou para o fundo do gol. Um lance de pura atenção, típico de quem disputa um clássico. O zagueiro Réverson, do Paysandu, falhou feio na marcação. Remo 1 a 0.

O Paysandu, porém, não se abateu. Aos 17 minutos, após cruzamento de Rossi, Nicolas cabeceou com precisão, mas o goleiro Marcelo Rangel fez uma defesa espetacular no canto. Na sobra, Matheus Vargas soltou uma “chicotada” de primeira, e Rangel, mais uma vez, operou um milagre para evitar o empate.

O Leão, letal, ampliou aos 23 minutos. Após cobrança de escanteio, Klaus subiu no meio da zaga bicolor, que parecia uma “peneira”, e cabeceou sem precisar pular para marcar o segundo gol azulino. Remo 2 a 0. A defesa do Paysandu, completamente desorganizada, facilitava as finalizações do adversário, deixando o Papão atordoado.

Aos 37 minutos, uma polêmica mudou o rumo da partida. Benitez, do Paysandu, roubou a bola dentro da área e foi claramente derrubado por Pavani. Inicialmente, o árbitro Anderson Daronco não marcou nada, mas, após ser alertado pelo VAR, apontou o pênalti sem revisar o lance no monitor.

Surpreendentemente, Pavani, que era o último homem, não recebeu cartão. Na cobrança, Rossi não desperdiçou e diminuiu para o Paysandu: 2 a 1. A decisão de Daronco gerou críticas, levantando questionamentos sobre a competência de um árbitro de fora para apitar um clássico desse porte.

O gol animou o Papão, mas desestabilizou o Remo. Aos 44 minutos, Benitez, que havia entrado e incendiado a partida, roubou a bola e, de muito longe, soltou um chutaço. A bola, “na veia”, morreu no ângulo do gol azulino. Um golaço do argentino, que empatou o jogo: 2 a 2.

O primeiro tempo terminou com um cenário eletrizante, com as duas equipes jogando sem parar. O Paysandu, mais intenso, porém desorganizado, sofreu com falhas defensivas que custaram os gols do Remo. Ainda assim, com garra, buscou o empate em dois lances brilhantes de Benitez, que se tornou o grande nome da etapa. Fim do primeiro tempo: 2 a 2. Um jogão.

Segundo tempo: Leão letal e Paysandu sem forças

O segundo tempo começou mais cadenciado, com as equipes visivelmente desgastadas após a correria da primeira etapa. Mesmo assim, o Remo continuou mortal. Aos 15 minutos, Sávio cobrou uma falta com perfeição, mandando a bola por cima da barreira, no ângulo, sem chances para o goleiro Matheus Nogueira. Um golaço que colocou o Leão novamente à frente: 3 a 2.

Aos 25 minutos, um lance chocante paralisou o estádio. Em uma disputa de bola, Janderson, do Remo, e Novillo, do Paysandu, chocaram-se de cabeça e desmaiaram em campo. O incidente assustou jogadores e torcedores, e ambulâncias entraram rapidamente para atender os atletas, que foram retirados do gramado.

Após o susto, o cansaço passou a dominar as equipes. As substituições não surtiram o efeito esperado, e o jogo perdeu intensidade, com poucas chances reais de gol. O Paysandu, com a posse de bola, tentou de tudo para furar a defesa azulina, mas esbarrou na falta de organização e na exaustão. O Remo, bem postado, segurou a vantagem até o apito final.

O jogo terminou com vitória do Remo por 3 a 2, em uma partida marcada pela competência azulina e pela garra bicolor. O Leão foi mais eficiente, aproveitando as falhas da frágil zaga do Paysandu e mostrando organização tática. O Paysandu, apesar da desorganização, demonstrou espírito de luta ao buscar o empate no primeiro tempo, com destaque para Benitez, o “cara do jogo”.

No entanto, na segunda etapa, o Papão não teve pernas nem qualidade para reverter o placar. O clássico, especialmente no primeiro tempo, foi um espetáculo à altura da rivalidade, com gols, polêmicas e emoção do início ao fim. A vitória dá ao Remo uma vantagem importante para o jogo de volta, mas o Paysandu, atual campeão, mostrou que não se entrega facilmente.

O “Clássico da Amazônia” número 777 foi mais do que uma final: foi uma celebração do futebol paraense, que, mesmo com sustos e imperfeições, segue apaixonando multidões. Agora, as atenções se voltam para o jogo de volta, que promete ainda mais emoções. No domingo, 11, vale o título.

RAIO X DA PARTIDA

Local: Estádio do Mangueirão

Juiz: Anderson Daronco (FIFA/RS)

Assistentes: Danilo Ricardo Simon (FIFA/SP) e Rafael da Silva Alves (FIFA/RS)

VAR: Wagner Reway (FIFA/SC)

Cartão Amarelo: Ramon Martínez, Matheus Vargas e Jorge Benítez (Paysandu) | Reynaldo, Pavani, Marcelinho (Remo)

Gols: Rossi, Jorge Benítez (Paysandu) | Janderson, Klaus e Sávio (Remo)

Paysandu: Matheus Nogueira; Edilson, Luan Freitas, Joaquín Novillo (Yeferson Quintana) e Reverson; Ramon Martínez (Dudu Vieira), Leandro Vilela e Matheus vargas (Marlon); Borasi (Jorge Benítez), Nicolas (Giovanni) e Rossi (Matías Cavalleri).  Técnico: Luizinho Lopes.

Remo: Marcelo Rangel; Marcelinho (Thalys), Reynaldo, Klaus e Sávio; Caio Vinícius (Alvariño), Jaderson (Daniel Cabral) e Pavani (Pedro Castro); Pedro Rocha, Felipe Vizeu (Adaílton) e Janderson (Kadu).  Técnico: Daniel Paulista.

MELHORES MOMENTOS E GOLS:

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