Operação “nome falso” investiga falsificação de documentos por servidores públicos no Pará

Uma operação conjunta da Polícia Federal, Polícia Civil e Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), batizada de “Nome Falso”, foi deflagrada nesta quarta-feira (7) no Pará para investigar um esquema de falsificação de documentos envolvendo servidores públicos. A ação integra a atuação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) e teve como alvos dois servidores do estado, com mandados de busca e apreensão cumpridos nos municípios de Santa Izabel do Pará e São Francisco do Pará, no nordeste do estado.

A investigação aponta que entre os suspeitos estão responsáveis por cartórios, servidores municipais e agentes ligados à Justiça Eleitoral. Eles são acusados de emitir centenas de registros irregulares, levantando indícios de fraude eleitoral e falsificação documental em larga escala.

Segundo a Polícia Federal, os crimes têm ligação com uma facção criminosa com atuação nacional e envolvimento com tráfico internacional de drogas e armas. “Esses documentos eram utilizados para acobertar a identidade e a condição de foragidos de membros de facção criminosa, envolvidos no tráfico internacional de drogas e armas na região de fronteira entre Brasil e Paraguai”, explicou a corporação em nota.

A operação “Nome Falso” tem como origem a operação “Exílio”, iniciada em 2020 pela PF. Desde então, foi identificado um núcleo criminoso atuante no Pará, especializado na produção e distribuição de documentos ideologicamente falsos com o apoio de servidores corrompidos.

As investigações revelaram que, por meio da cooptação de servidores públicos em diferentes esferas, o grupo criminoso obtinha documentos emitidos por órgãos federais e estaduais, como Certificado de Dispensa de Incorporação (Exército), Carteira de Trabalho Digital, Número de Identificação do Trabalhador (NIT/INSS), CPF (Receita Federal) e título eleitoral (Justiça Eleitoral). O esquema também envolvia a emissão irregular de certidões de nascimento em cartórios extrajudiciais.

Ainda segundo os investigadores, foram identificados indícios claros de que servidores públicos facilitaram a produção e validação dos documentos fraudulentos enquanto exerciam suas funções. Três mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Pará (SJPA), com base em representação da Ficco. Dois desses mandados foram cumpridos nos municípios de Santa Izabel e São Francisco do Pará.

As autoridades ainda não divulgaram o nome dos envolvidos, mas reforçaram que a investigação segue em andamento e que novas diligências podem ser realizadas nos próximos dias.

Do Ver-o-Fato, com informações do G1Pará

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