A tensão entre Índia e Paquistão voltou a atingir níveis alarmantes na sexta-feira (9), após três dias seguidos de ataques com drones e artilharia. As duas potências nucleares do sul da Ásia se acusam mutuamente de violar o cessar-fogo, em meio ao que já é considerado o pior confronto armado entre os países desde o conflito de Kargil, em 1999. As informações são da agência Associated Press (AP).
A nova onda de violência começou após ataques aéreos da Índia contra supostos “campos terroristas” em território paquistanês, realizados na quarta-feira (7). A ofensiva foi uma resposta ao atentado ocorrido no mês passado contra turistas hindus na Caxemira indiana. Desde então, ao menos 48 pessoas morreram, e centenas fugiram das zonas de fronteira.

Pelo terceiro dia consecutivo, cidades em ambos os lados da fronteira enfrentam blecautes, toques de sirene e corrida aos mercados. Em Amritsar, no norte da Índia, moradores foram orientados a permanecer em casa após mais de duas horas de alarmes.
“Várias casas pegaram fogo e foram danificadas nos bombardeios no setor de Uri. Uma mulher morreu e três pessoas ficaram feridas durante a madrugada”, relatou um oficial de segurança indiano sob anonimato.
Na região da Caxemira paquistanesa, autoridades confirmaram a morte de cinco civis, incluindo um bebê, e 29 feridos em bombardeios vindos do lado indiano.
A ministra da Informação do Paquistão, Attaullah Tarar, rejeitou a versão de Nova Délhi. “A declaração do Exército indiano é infundada e enganosa”, disse. “O Paquistão não realizou nenhuma ação ofensiva contra áreas da Caxemira indiana ou além da fronteira”.
A violência já teve impacto no cotidiano dos civis e em eventos nacionais. O Campeonato Indiano de Críquete (IPL), um dos mais populares do país, foi suspenso depois que uma partida foi interrompida por um apagão. Em outras regiões fronteiriças, como Bhuj e Bikaner, turistas foram retirados, escolas foram fechadas e a população foi orientada a se abrigar em casas de parentes ou locais fornecidos pelo governo.
Enquanto isso, a comunidade internacional se mobiliza para conter a crise. Os EUA, a China e a Arábia Saudita pediram calma.
“Queremos que isso se desescale o mais rápido possível. Mas não temos controle sobre esses países”, disse o vice-presidente norte-americano, JD Vance. Já o ministro das Relações Exteriores saudita, Adel Al-Jubeir, está em viagem pela região e já se reuniu com autoridades indianas e paquistanesas para tratar da tensão.
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