O afastamento da freira brasileira Aline Pereira Ghammachi do cargo de madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, na Itália, ganhou repercussão internacional após vir à tona que a religiosa teria sido denunciada anonimamente por ser considerada “bonita demais” para ocupar um posto de liderança na Igreja Católica. O caso, insólito e envolto em polêmicas, tem gerado indignação e comoção nas redes sociais e na imprensa, especialmente após a revelação de que uma produtora alemã pretende transformar a história em filme.
Aline, de 40 anos, é natural do Amapá, filha de um casal de jornalistas que possui um jornal em Macapá. Formada em administração de empresas, ela atuou como tradutora de documentos sigilosos e intérprete de eventos antes de se dedicar integralmente à vida religiosa. Em 2018, aos 34 anos, tornou-se a mais jovem madre-abadessa da Itália, um feito raro na hierarquia eclesiástica local, liderando o convento localizado na comuna de Vittorio Veneto, no norte do país.
A destituição do cargo ocorreu recentemente, logo após a morte do papa Francisco e a eleição do novo pontífice, Leão XIV. A decisão foi tomada após a chegada de uma carta anônima ao Vaticano, cujo conteúdo criticava, entre outros pontos, a aparência da freira brasileira, apontando sua beleza como fator “inadequado” para a vida monástica e seu papel de liderança.
Em entrevista ao jornal italiano Corriere del Veneto, o produtor de cinema Ruggero de Virgiliis revelou que está em andamento o planejamento de um filme inspirado na trajetória de Aline. “Ao ler a história, todos ficamos muito tocados e queremos saber mais. Se possível, gostaríamos de conhecê-la e ver se conseguimos encontrar uma maneira de fazer com que sua força interior enriqueça um projeto que estamos pensando há algum tempo. Uma história que tem como ponto de partida um mosteiro no norte da Itália e as escolhas de vida de uma jovem”, afirmou.
Nas redes sociais, internautas têm expressado apoio à religiosa, levantando questionamentos sobre o machismo, o julgamento da aparência feminina em ambientes religiosos e a transparência das decisões eclesiásticas. Aline, por sua vez, busca justiça e esclarecimentos sobre os motivos de sua destituição, mantendo-se reclusa desde que deixou o convento.
Enquanto o Vaticano ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, a história da freira brasileira promete continuar gerando discussões — e possivelmente, emocionar o público nas telas de cinema.
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