Um crime digno de filme de espionagem chocou moradores de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Em apenas 16 minutos, o advogado criminalista Luís Maurício Martins Galda, de 47 anos, invadiu um apartamento de luxo no Hotel Orizzonte by Atlântica e furtou ao menos oito relógios de alto valor. Disfarçado com terno, luvas, óculos escuros e uma máscara hiper-realista que o deixava irreconhecível, Galda acessou o prédio por uma entrada exclusiva para funcionários e não levantou suspeitas.
As imagens de segurança mostram o advogado circulando pelo prédio com um celular no ouvido, simulando uma conversa enquanto se dirigia ao apartamento. Após arrombar a porta, ele executou o furto e deixou o local com os relógios, avaliados em cerca de R$ 80 mil. Em depoimento, Galda afirmou ter comprado a máscara por R$ 1,8 mil em uma plataforma internacional e que, após o crime, destruiu o disfarce e jogou os pedaços no lixo orgânico do prédio. Também deletou a conta usada na compra e apagou e-mails relacionados à transação.
A investigação da Polícia Civil avançou em maio, quando Galda foi localizado e revelou o suposto mandante do crime: o empresário e ex-candidato a vice-prefeito de Niterói, Alexandre Ceotto André. Segundo os investigadores, Ceotto era amigo da vítima e acreditava que havia até US$ 1 milhão escondidos no imóvel — que, inclusive, foi vendido por ele ao atual morador. O conhecimento da planta do imóvel e da rotina da vítima teria facilitado a ação criminosa.
A Polícia Civil cumpriu mandado de busca na casa de Ceotto, e a Justiça decretou sua prisão preventiva. Até as 16h30 da última terça-feira (13), ele ainda não havia sido localizado. Ceotto também atuou no governo estadual, com cargos nas gestões de Wilson Witzel e no Instituto Rio Metrópole.
O uso de máscaras hiper-realistas, como a empregada no crime, não é proibido por lei no Brasil. Elas são vendidas livremente em sites nacionais e internacionais, com preços que variam entre R$ 50 e quase R$ 5 mil, dependendo do nível de detalhamento. Segundo anúncios, esses disfarces possuem acabamento realista, pele macia, barba e cabelos sintéticos, sendo utilizados para festas, caracterizações e performances. No entanto, seu uso pode ser considerado ilegal quando associado a crimes como furto, roubo ou fraude.
A defesa de Galda afirma que ele está colaborando com as investigações e continuará à disposição da Justiça. Já a Corregedoria da OAB-RJ informou que abriu processo disciplinar para apurar a conduta do advogado e solicitou à Polícia Civil cópia do inquérito.
Com informações de Metrópoles e G1
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