Roubalheira no INSS: a safadeza que sangra aposentados e clama por justiça

Reflexões com base na crônica do jornalista Voltaire de Souza, publicada no Poder 360

Desconto. Fraude. Pilantragem. Essas palavras ecoam como um grito de indignação diante do escândalo que mancha o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no governo Lula, revelado com precisão cirúrgica pelo jornalista Voltaire de Souza em sua crônica para o Poder 360. O que deveria ser um porto seguro para aposentados e pensionistas transformou-se em palco de uma roubalheira descarada, orquestrada por entidades como a fictícia Confederação Humanista das Pensões Automáticas (Chupa) – um nome que, por ironia, parece confessar o crime.

A sociedade exige respostas, mas o que se vê é um jogo sujo de conchavos, propinas e tentativas cínicas de escapar da justiça.

A crônica de Souza expõe o coração dessa trama com diálogos que beiram o absurdo, mas revelam a crueza da realidade. Na sede da Chupa, a tensão é palpável. Fernandão, um dos líderes da entidade, examina planilhas enquanto lamenta: “A gente estava com mais de 300 mil associados… e todo mundo agora está dizendo que nunca quis contribuir com a entidade.”

Injustiça, dizem eles, com a cara lavada, enquanto temem investigações que podem desenterrar a verdade. E que verdade é essa? Um esquema que desviava fortunas dos mais vulneráveis, com deputados amigos embolsando “2% da arrecadação” – uma bolada, nas palavras deles próprios.

As conversas no WhatsApp, citadas por Souza, escancaram a ganância: “Ele sempre estava pedindo mais”, reclama um, enquanto outro explica que “outra parte ia para a liderança do partido”. Sobrava pouco para os pilantras da Chupa, mas o suficiente para sustentar sua vida de regalias.

O governo, acuado, promete devolver o dinheiro. Mas, como questiona Souza com sarcasmo afiado, “quem vai arranjar o dinheiro para o governo devolver”? A resposta está no conluio. Em um encontro no sofisticado restaurante francês La Chochotte, descrito com detalhes que exalam ostentação – “suaves aromas de mostarda rústica e pepinos do campo pairavam sobre a toalha de linho italiano”.

Fernandão tenta convencer o deputado Propíneo de Moura a devolver sua parte da propina. O parlamentar, protegido por sua imunidade e cínico em sua indignação, rejeita a ideia: “Aí você está querendo me prejudicar.” Entre velas e veludos, a solução surge como um tapa na cara da sociedade: anistia.

Sim, anistia. Um projeto de lei, batizado com o pomposo nome de Programa de Refinanciamento Operacional Para Instituições Nacionais de Aposentados, foi elaborado com rapidez para garantir o encerramento das investigações criminais e oferecer “ajuda de crédito” às entidades para devolverem o dinheiro roubado.

A sigla, que o deputado Propíneo não aprecia, é o menor dos problemas. O que está em jogo é a tentativa de apagar o crime, de blindar os culpados e de deixar aposentados e pensionistas – já tão massacrados – na fila, lutando para reaver o que lhes foi arrancado.

A crônica de Voltaire de Souza é mais do que uma denúncia; é um chamado à indignação. Enquanto a fila para uma anistia geral cresce, os aposentados seguem tentando recuperar o que perderam. A pilantragem revelada no INSS não é apenas um escândalo; é uma traição aos que construíram o país e agora são saqueados por aqueles que deveriam protegê-los.

A sociedade não pode se calar. A justiça deve ser implacável. Que os Fernandões, Propíneos e suas Chupas enfrentem o peso da lei, sem anistias, sem conchavos, sem escapatórias. Porque, como já dizia o povo, para tamanha roubalheira, só há uma resposta: cadeia.

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