Era só o que faltava: em 2025, o Brasil, esse país que nunca decepciona na arte de surpreender, mergulhou de cabeça na polêmica dos bebês Reborn, bonecas hiper-realistas que estão causando mais confusão que novela das nove. E quem roubou a cena no último sábado (17) foi o Padre Chrystian, aquele pároco influencer com 3,7 milhões de seguidores no Instagram, que resolveu botar a boca no trombone – ou melhor, no Stories – sobre o assunto.
Com um humor afiado, o religioso esclareceu que não, ele não batiza bonecas Reborn, não faz primeira comunhão para elas e, pasmem, também não realiza “oração de libertação para bebê possuído por um espírito Reborn”. Imagina a cena: um padre com água benta tentando exorcizar uma boneca de silicone? Nem no cinema de terror!
Com a classe de quem já lidou com todo tipo de pedido bizarro, Padre Chrystian sugeriu que quem insiste em tratar bonecas como bebês de carne e osso procure “um psicólogo, psiquiatra ou, em último caso, o fabricante da boneca”. Um conselho tão sensato que deveria vir no manual dessas bonecas, se é que elas têm um.
Nos comentários, os seguidores do padre entraram na brincadeira com um festival de tiradas geniais: teve quem acusasse o religioso de “rebornfobia” (porque, claro, tudo vira “fobia” hoje em dia), quem ameaçasse denunciá-lo ao “Conselho Tutelar Reborn” (alguém avisa que isso não existe?) e até quem ofereceu serviços de babá para as bonequinhas. É o Brasil dando aula de criatividade e humor, enquanto o resto do mundo tenta entender o que está acontecendo.
Da igreja ao tribunal
Mas se você achou que a história parava nas piadas do Instagram, segure o forninho: os bebês Reborn já chegaram ao Judiciário! A advogada e influenciadora Suzana Ferreira, que provavelmente nunca imaginou que sua carreira a levaria a esse ponto, revelou um caso que é puro suco de Brasil. Um casal, que aparentemente não tem mais o que discutir, está brigando na Justiça pela guarda de uma bebê Reborn. Isso mesmo: uma boneca de silicone virou motivo de disputa judicial, com direito a advogado, petição e tudo mais.
E não é só uma questão de apego emocional, não. A boneca em questão é uma verdadeira influencer mirim (ou melhor, inanimada), com um perfil no Instagram que gera engajamento, publi e, claro, dinheiro. Segundo Suzana, o casal quer dividir não só a “custódia” da boneca, mas também a administração da conta nas redes sociais, que já é um “ativo digital” – ou seja, um patrimônio tão valioso quanto um carro ou uma casa (quem diria que bonecas seriam o novo Bitcoin?).
A cliente da advogada ainda exige regulamentar a “convivência” com a boneca e proibir a ex-parceira de ter acesso à “filha Reborn”. E, como se não bastasse, elas também discutem quem paga o enxoval da boneca – porque, aparentemente, essas bonecas têm mais roupas que muita criança por aí.
É o tipo de história que faz você parar e pensar: “Como chegamos a esse ponto?”. Enquanto isso, o juiz que pegar esse caso provavelmente está revisando o Código Civil e se perguntando se bonecas entram na partilha de bens.
Projetos de lei contra bonecas
E como o Brasil nunca deixa uma polêmica sem uma pitada de exagero, o caso dos bebês Reborn já chegou ao Legislativo. Três projetos de lei foram protocolados para botar ordem no caos das bonecas ultrarrealistas. O deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL-MG), com aquele instinto de quem vê um problema e quer resolvê-lo com canetada, propôs proibir que essas bonecas sejam levadas a hospitais para “atendimento médico”.
Porque, sim, aparentemente tem gente tentando internar bonecas em UTIs – e a fila do SUS agradece.
Já o deputado federal Zacharias Calil (União Brasil-GO) foi mais longe: quer transformar o uso de bebês Reborn para burlar filas preferenciais ou outros benefícios em infração administrativa, com multa de 5 a 20 salários mínimos. Reincidiu? Paga o dobro! E o dinheiro das multas, pasmem, iria para fundos de proteção à primeira infância – uma ironia deliciosa, considerando que o problema aqui são bonecas, não crianças.
É como se o Congresso dissesse: “Quer brincar de mamãe? Então pague caro por isso!”
Documentos, mamadeiras e crises de choro
Enquanto deputados e juízes tentam dar um jeito na bagunça, as redes sociais viraram o palco principal da febre Reborn. Usuários compartilham suas rotinas com essas bonecas como se fossem bebês de verdade: têm nome, RG (sério, documentação!), mamadeiras, episódios de choro (gravados em áudio, porque ninguém é de ferro) e até consultas médicas fictícias.
É o tipo de conteúdo que mistura fascínio, desconforto e uma pitada de “o que está acontecendo com a humanidade?”.
Entre os vídeos de “meu bebê Reborn acordou às 3h chorando” e “levei minha filha Reborn ao pediatra”, fica a pergunta: será que estamos vivendo uma crise de realidade ou apenas um surto coletivo de criatividade? Seja como for, os bebês Reborn provaram que, no Brasil, até uma boneca pode virar caso de Justiça, projeto de lei e meme viral – tudo ao mesmo tempo.
Espelho do Brasil
No fim das contas, os bebês Reborn são mais do que bonecas: são um espelho do Brasil, onde qualquer coisa pode virar uma crise existencial, uma briga judicial ou um debate no Congresso. Padre Chrystian, com sua sabedoria de influencer e humor de stand-up, já lavou as mãos.
Os tribunais, coitados, vão ter que decidir quem fica com a boneca e quem paga o enxoval. E os deputados, bem, eles estão ocupados escrevendo leis para garantir que bonecas não entrem na fila do SUS. Enquanto isso, o Instagram segue lucrando, os memes seguem reinando e o Brasil segue sendo… o Brasil.
Agora, se me dão licença, vou ali checar se minha planta de estimação precisa de batismo ou guarda compartilhada. Nunca se sabe.
VÍDEO:
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