
O xenônio é um gás de lâmpadas até anestesia. Segundo os especialistas, no corpo humano, ele favorece a produção de eritropoietina (EPO), um hormônio que estimula a produção de glóbulos vermelhos – que transportam oxigênio no sangue – e melhora o desempenho. O montanhista britânico Kenton Cool (E), que escalou o Monte Everest (8.849 metros) pela 17ª vez
NISHA BHANDARI / AFP
Um grupo de ex-soldados das forças especiais britânicas completou nesta quarta-feira (21) a subida do monte Everest. O grupo conseguiu subir o monte de 8,85 mil metros em uma semana e a agilidade foi pelo uso de xenônio — o mesmo usado em lâmpadas.
➡️ O xenônio é um gás de lâmpadas até anestesia. Segundo os especialistas, no corpo humano, ele favorece a produção de eritropoietina (EPO), um hormônio que estimula a produção de glóbulos vermelhos – que transportam oxigênio no sangue – e melhora o desempenho.
Isso ajuda a melhorar as condições do corpo na exposição às grandes altitudes. Geralmente, os alpinistas se preparam para a subida do Evereste nas encostas do Himalaia, onde passam dois meses antes de enfrentar a expedição.
Os quatro montanhistas, incluindo o secretário de Estado para os Ex-Combatentes, Alistair Carns, se prepararam para as condições de grande altitude, onde o oxigênio é escasso, em Londres, respirando gás xenônio durante as duas semanas antes da expedição.
Geleira Khumbu, na subida ao topo do Monte Everest, no Nepal
Tsering Pemba Sherpa/AFP
Muitos esportes proíbem a utilização do EPO, que é considerado uma substância dopante.
“O xenônio parece desenvolver mecanismos que protegem contra o mal de altitude causado pela falta de oxigênio”, explicou o doutor Michael Fries, membro da expedição. “Ao inalá-lo, se reproduzem os efeitos da grande altitude”.
➡️ Além de controverso, o método ainda exige um alto investimento: a ascensão ao cume usando esse tipo de substância custa cerca de US$ 170 mil (o que equivale a R$ 964 mil reais) por pessoa, muitas vezes acima do preço médio de uma expedição mais lenta.
A equipe tinha como meta fazer a subida em apenas sete dias: partiu de Londres na última sexta-feira (16) e conseguiu completar a subida na manhã desta quarta-feira (21). Agora, eles vão descer para a base onde devem passar a noite e vão estar em casa até o dia 23.
O grupo busca arrecadar fundos para órfãos que perderam seus pais em conflitos.
A ascensão mais rápida ao Everest aconteceu em 2003, quando o montanhista nepalês Lhakpa Gelu Sherpa, que percorreu o trajeto do acampamento base ao topo em 10 horas e 56 minutos.