Esporotricose felina: conheça a ‘micose de gato’, que pode ser transmitida para humanos


Médica veterinária Juliana Morika Sonoda, de Itapetininga (SP), explica que, para o animal, a doença é considerada grave e pode ser fatal, principalmente se não for tratada de forma adequada. Médica veterinária de Itapetininga (SP) explica sobre ‘micose de gato’, que também atinge humanos
Juliana Sonoda/Arquivo pessoal
Você conhece a “micose de gato”? O nome popular pode soar inofensivo, mas essa doença, chamada de esporotricose felina, é séria e afeta não só os felinos, mas também os humanos. A médica veterinária Juliana Morika Sonoda, de Itapetininga (SP), explica como ocorre a infecção, de que forma a transmissão acontece e quais são os cuidados ideais para proteger seu pet e sua família.
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De acordo com a veterinária, os sintomas apresentados pelos gatos são lesões na pele que, se não forem tratadas, podem apresentar complicações à saúde do bichinho. Para o animal, a doença é considerada grave e pode ser fatal, principalmente se não for tratada de forma adequada.
“Essa doença é considerada grave porque causa lesões profundas na pele e pode se espalhar pelo corpo, além de atingir os órgãos internos. E tem alta taxa recidiva, então ela pode voltar, principalmente nas formas respiratórias, o que dificulta o tratamento e pode aumentar os riscos de complicações”, completa.
Médica veterinária compartilha lesão da doença em gato atendido por ela
Juliana Sonoda/Arquivo pessoal
Transmissão e tratamento
A veterinária explica que a transmissão para o animal ocorre no contato direto com o fungo, que pode estar presente no solo, nas plantas e em materiais em decomposição.
Já no caso dos humanos, o gato pode transmitir o fungo por meio de arranhões e mordidas. Uma outra forma de contaminação é o contato de feridas abertas com locais onde o fungo pode estar.
“O tratamento da doença é prolongado, precisa ser acompanhado pelo médico veterinário. São usados antifúngicos e medicamentos de forma tópica também. A forma de prevenção é evitar que os gatos entrem em contato com materiais contaminados, como terras, vegetação e outros animais infectados.”
Se o tutor notar uma ferida que evolui no animal, ele deve ser levado ao médico veterinário para tratar o mais rápido possível.
“A esporotricose em gatos é uma doença séria, que requer atenção e atendimento médico veterinário imediato. Apesar de ela ser curável, a doença pode ser grave e, se não tratada da forma adequada, pode levar o animal à morte ou até causar complicações para os humanos”, continua.
Segundo a médica veterinária, é preciso procurar um especialista quando as feridas no animal não cicatrizarem ou se surgirem lesões na pele.
Ela explica ainda que, quando há diagnóstico confirmado ou mesmo suspeita da doença, os casos devem ser notificados ao setor de Zoonoses e às autoridades sanitárias locais, seguindo o protocolo indicado.
Veterinária explica que a doença pode começar no contato de lesões com lugares contaminados
Juliana Sonoda/Arquivo pessoal
A esporotricose nos humanos
A transmissão da esporotricose nos humanos, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pode acontecer através do contato com solo contaminados, e de materiais contaminados como farpas e espinhos. Os gatos são os principais animais acometidos e podem transmitir o fungo para os seres humanos por meio de arranhões, mordidas e contato direto da pele lesionada.
Ainda segundo a fundação, um sintoma de manifestação dessa doença é através de lesões na pele, que começam com um caroço vermelho e pode virar uma ferida. Essas lesões geralmente aparecem nos braços, pernas ou no rosto, às vezes formando uma fileira de carocinhos ou feridas.
Para um diagnóstico dessa doença, a Fiocruz orienta procurar um dermatologista e seguir as orientações médicas. O tratamento recomendado é feito através de antifúngico, receitado por um médico após uma avaliação da doença, pois dependendo do caso, esse tratamento pode durar meses ou mais de um ano.
Em uma recomendação para prevenir a esporotricose, a fundação indica que uma boa higienização do ambiente pode ajudar a reduzir a quantidade de fungos, e assim evitar novas contaminações. Outra indicação é o uso de luvas para manusear o animal, e depois lavar bem as mãos.
*Colaborou sob supervisão de Carla Monteiro
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