A estudante de Relações Internacionais Dayane de Jesus Barbosa, de 22 anos, morreu após sofrer um mal súbito durante o treino em uma academia no bairro de Copacabana, Zona Sul do Rio, na última terça-feira (20). Aluna da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Dayane estava em fase final da graduação e se preparava para comemorar seu aniversário de 23 anos, no dia 13 de junho. O caso está sendo investigado pela 12ª Delegacia de Polícia (Copacabana), que já apontou uma grave irregularidade: a ausência de um desfibrilador no estabelecimento, equipamento obrigatório por lei desde 2022.
De acordo com a Polícia Civil, Dayane sentiu-se mal assim que se sentou em uma das máquinas de exercício e desmaiou logo em seguida. Imagens de segurança e relatos de testemunhas indicam que colegas de treino tentaram prestar socorro, entre eles um aluno que seria médico. No entanto, sem o desfibrilador — aparelho capaz de reverter paradas cardíacas —, as tentativas de reanimação foram limitadas até a chegada do socorro médico.
A jovem foi socorrida, mas não resistiu. A academia foi interditada no dia seguinte e a documentação do caso foi enviada à prefeitura, que pode aplicar sanções administrativas ao estabelecimento.
Descumprimento de normas
Segundo a legislação estadual em vigor, todas as academias devem possuir ao menos um desfibrilador e profissionais treinados para seu uso. Antes da alteração da norma, em 2021, apenas centros de treinamento físico tinham essa exigência. O delegado titular da 12ª DP, Angelo Lages, declarou em entrevista ao RJ2, da TV Globo, que as investigações apuram se a presença do equipamento poderia ter evitado a morte da jovem.
— Independentemente disso, caso haja esse problema congênito, a gente precisa saber se a presença do desfibrilador poderia ter evitado essa morte — afirmou o delegado.
Uma vida marcada por esforço e dedicação
Dayane era moradora de Copacabana, morava sozinha e conciliava os estudos com estágio e um pequeno negócio de comidas sob encomenda, que tocava com a mãe desde 2021 para complementar a renda familiar. Segundo o personal trainer Rafael D’Ávila, amigo de infância da estudante, ela mantinha uma rotina ativa e saudável. Praticava balé duas vezes por semana e frequentava a academia três vezes por semana.
— A Dayane era muito dedicada. Teve um problema cardíaco no passado, passou por cirurgia, fez acompanhamento e estava bem. Era cuidadosa com a saúde, tinha plano, fazia check-up. A academia era uma recomendação médica — contou Rafael, visivelmente abalado. Foi ele quem recebeu a ligação da academia no momento da emergência e avisou a família.
Dayane havia conquistado a vaga no curso de Relações Internacionais com nota alta no Enem, e estava em fase final do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Os amigos a descrevem como estudiosa, gentil e determinada.
Luto na universidade e repercussão nas redes
O Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ (Irid) divulgou uma nota de pesar nas redes sociais:
“Compartilhamos com sua família e seus amigos a dor por essa perda, e nos colocamos à disposição para qualquer apoio que se fizer necessário. Fica estabelecido que o instituto estará de luto oficial nos próximos três dias.”
A repercussão do caso gerou comoção entre colegas, professores e usuários nas redes sociais, que exigem a responsabilização do estabelecimento pela ausência do equipamento de emergência.
A academia, por sua vez, se pronunciou apenas na quarta-feira (21), por meio de uma publicação nas redes sociais em que lamenta a morte da jovem e informa que a unidade permanecerá fechada por tempo indeterminado.
Ainda não há informações confirmadas sobre o local e horário do sepultamento de Dayane. A investigação segue em curso para esclarecer se houve negligência e omissão de socorro por parte da academia.
Com informações do portal Metrópoles e O Globo
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