Artista estava ‘pronta para morrer’ após permitir que os espectadores fizessem qualquer coisa com ela durante 6 horas

Em 1974, Marina Abramovic fez algo incrível. Durante seis horas, ela deixou o público ter controle total sobre seu corpo em uma ousada performance artística chamada “Rhythm 0”. Imagine isso: 72 objetos dispostos à sua frente, e ela ficou lá, completamente imóvel, deixando as pessoas fazerem o que quisessem com esses itens. Nada demais, certo? Bem, nem tanto. Esses objetos iam de coisas inofensivas, como flores e perfume, a coisas seriamente perigosas, como lâminas de barbear e facas.

No começo, as pessoas foram gentis, dando-lhe flores e beijos. Mas então, as coisas tomaram um rumo sombrio. No meio do experimento, a vibe mudou. Alguém enfiou uma faca entre suas pernas e pedaços de sua roupa foram arrancados. Fotos da época mostram Abramovic chorando, mas ela permaneceu imóvel, conforme prometido. Ela viu o melhor e o pior da humanidade. Enquanto uma pessoa cortou seu pescoço para beber seu sangue, outras intervieram para confortá-la, enxugando suas lágrimas.

Uma pessoa cortou a artista. (Instituto Marina Abramović/YouTube)

Abramovic teve um lugar na primeira fila para a dualidade da natureza humana. Em um momento, uma arma carregada foi apontada para sua cabeça. Esse momento foi intenso o suficiente para fazer as pessoas intervir e parar a loucura. Mas se foi o público que interveio ou as seis horas se esgotando que acabou com a performance ainda é debatido.

Refletindo sobre essa experiência intensa, Abramovic admitiu que foi difícil. Em uma entrevista no YouTube, ela falou sobre como tudo começou. No início, as pessoas foram gentis e carinhosas. Elas lhe deram rosas e beijos. Mas, com o passar do tempo, as coisas ficaram mais selvagens. Quando a performance terminou e ela começou a se mover novamente, todos se dispersaram. Eles não conseguiram encará-la como uma pessoa real após tratá-la como uma boneca viva por seis horas.

Abramović apresentou sua peça ‘Rhythm 0’ em 1974. (Dave Benett/Getty Images for the Roundhouse)

Abramovic aprendeu uma lição dura com “Rhythm 0”. Ela percebeu que, na arte performática, você pode se empurrar ao limite. Mas, se deixar seu destino nas mãos do público, as coisas podem sair perigosamente do controle. Em uma entrevista de 2014 ao The Guardian, ela confessou que estava pronta para morrer durante a performance. Com balas na pistola, ela estava preparada para o pior.

Apesar do caos, Abramovic viveu para contar a história. Ela se considera sortuda por ter sobrevivido ao teste. “Rhythm 0” permanece uma das obras de arte mais extremas e reveladoras da história da humanidade, mostrando até onde as pessoas podem ir quando têm o poder de fazer o que quiserem.

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