Prefeita de Bom Sucesso herda dívida de mais de R$ 22 milhões

A prefeita de Bom Sucesso, Rosana do Ná, anunciou que a cidade enfrenta uma grave crise financeira, com uma dívida acumulada de R$ 22 milhões herdada da gestão anterior. Durante coletiva de imprensa, ela explicou que a falta de transição governamental dificultou o acesso a informações sobre a real situação das contas municipais.

Entre os débitos, destacam-se R$ 9 milhões com fornecedores, R$ 1,2 milhão em salários atrasados de dezembro e R$ 500 mil em repasses do INSS para aposentados. Funcionários estão sem pagamento há três meses, agravando a situação social na cidade.

Além dos atrasos salariais, a infraestrutura municipal está comprometida. O pátio de máquinas da prefeitura está sucateado, sem veículos operacionais. Na saúde, não há medicamentos, e o hospital municipal perdeu seus leitos, levados pela empresa prestadora de serviço. O município também deve R$ 300 mil ao Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí (CISVIR).

Projetos inacabados aumentam as dificuldades financeiras. Obras como a construção da super creche, que exige R$ 1,58 milhão de contrapartida municipal, estão paradas, e a nova sede da Câmara Municipal também necessita de recursos.

A redução no quadro de funcionários piora a crise. A gestão anterior extinguiu 309 cargos, afetando limpeza pública, educação e serviços gerais. Além disso, a revogação da lei que permitia contratações emergenciais (PSS) impede novas admissões, resultando em acúmulo de lixo nas ruas e falta de médicos na rede pública.

Diante desse cenário, a prefeita decretou o fechamento da prefeitura por 90 dias para um levantamento detalhado das contas e contratos. Medidas emergenciais incluem o pagamento da folha atual para evitar novos atrasos, renegociação de dívidas e suspensão de gastos não essenciais.

Rosana pediu paciência à população e garantiu que sua gestão será transparente e focada na recuperação financeira. “Nosso compromisso é restabelecer os serviços essenciais e reconstruir a cidade”, declarou. Durante o fechamento, alguns setores continuarão funcionando em regime especial.
Repórter Do Vale

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