Apesar de ter direito à liberdade condicional em 2028, Francisco de Assis Pereira, conhecido nacionalmente como o “Maníaco do Parque”, pode enfrentar resistência até mesmo de sua própria defesa. Condenado a mais de 276 anos de prisão por uma série de crimes brutais contra mulheres na década de 1990, Francisco completará 30 anos detido em 2028, o que pela legislação penal brasileira lhe confere a possibilidade de requerer a soltura. No entanto, a advogada Carolina Landim, responsável por sua defesa técnica, afirmou publicamente ser contrária à liberação do cliente.
Em entrevista ao jornalista Ullisses Campbell, de O Globo, Carolina declarou que não pretende solicitar a liberdade do detento, alegando ausência de acompanhamento psiquiátrico e laudos atualizados sobre sua saúde mental. “Não faria. Por mim, ele ficará preso para sempre”, disse.
Segundo a advogada, Francisco apresenta comportamento preocupante e incompatível com a vida em liberdade. Ela relata que o preso tem feito exigências consideradas fora da realidade, como um tratamento odontológico completo com dentes de porcelana — recusando próteses comuns —, além de um rádio e até um par de patins para participar de um documentário. “Ele exige dentes de porcelana. Não aceita dentadura nem resina”, contou.
A obsessão com os dentes, curiosamente, contrasta com os detalhes sórdidos descritos nos autos dos crimes. De acordo com laudos do Instituto Médico Legal (IML), o criminoso mordeu e arrancou partes do corpo de algumas vítimas com os próprios dentes. Desde a adolescência, ele sofre de amelogênese imperfeita, uma doença genética que compromete o esmalte dentário e provoca o desgaste precoce dos dentes.
Carolina Landim também ressalta o alto risco de reincidência, mencionando diagnósticos anteriores de transtorno de personalidade antissocial. Para ela, liberar Francisco sem uma avaliação rigorosa colocaria a sociedade em perigo. “Ele não teve acompanhamento psiquiátrico adequado. A simples contagem do tempo de pena não é suficiente diante da gravidade do que ele fez e da instabilidade que demonstra até hoje”, afirmou.
Francisco de Assis Pereira foi condenado por diversos homicídios, sequestros e estupros, crimes que chocaram o Brasil e renderam a ele o apelido de “Maníaco do Parque”, por atrair vítimas para o Parque do Estado, em São Paulo. Mesmo com o cumprimento de parte significativa da pena, sua possível soltura ainda gera debate sobre os limites da legislação penal diante de casos extremos.
A decisão final caberá ao Poder Judiciário, que deverá considerar laudos médicos, relatórios de conduta carcerária e pareceres técnicos antes de autorizar ou negar o benefício.
Com informações de O globo e Portal Metrópoles
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